quarta-feira, 24 de novembro de 2010

texto 4

E se saudade matasse?
Eu já estaria morto e enterrado em campos floridos, com aquelas flores com cheiro de campo para assim ser campo e não jardim.
Mas acho que saudade mata.  Mata um pouco a cada dia. Saudade que te prende no passado. Saudade que não te deixa seguir. Acho que isso é morrer de saudade.
Todos os dias, todas as horas.
Morrendo de saudade...
Saudade mata!
Me mata todo dia pro dia novo me fazendo querer andar para trás.
Saudade me deixa burro.
Saudade não é coisa boa. Saudade não é como sentir falta. Afinal, tem um sentido parecido, mas não é a mesma coisa.
Saudade, talvez, tenha sido uma palavra inventada para representar uma sina de maldição de algum feiticeiro. E, nós, burros, acreditamos que seja algo saudável.
Sinto falta de muitas coisas, mas a saudade me mata.
Sinto falta do café da manhã que o meu pai fazia todos os dias para a minha mãe que acordava mais cedo pra cuidar de mim.
Sinto falta, mas não me impede de tomar o café que eu mesmo todo santo dia.
Disso, eu sinto falta. Mas vivo.
Agora... Aquela merda de amor que passou por aqui e agora se foi me deixa com uma saudade que não sei medir.
não é possível amar de novo se não for o mesmo amor. Agora todo amor é uma amor de merda. Nada é grande e bom o suficiente pra comparar. Nem chega perto.
Me da uma saudade, uma saudade tão forte que me faz acordar e querer andar pra trás.
Acho que isso é saudade. Saudade é ruim.
Eu to morrendo, e é de saudade.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

texto 3

Odeio dedos levantados. Aqueles que o dedão fica pra cima, apontando pro teto, sem mais nem menos. Não, mas odeio.
Não suporto também pernas cabeludas de pelos enrolados. Fazendo uma molinha achatada, concentrados na batata da perna e quase escassos nas coxas. Não supor me dá uma coceira, uma agonia.
Pra saber, cabelos enquicrihados na nuca também me dão ânsia.
Não gosto de ver cebola na sopa, nem morder quando fritas. Parecem minhocas quando mastigo.
Não gosto, não gosto.
Não gosto de homens muito bonitos. Homem tem de ser um pouco feito pra ser um pouco bom. Homem bonito demais enjoa e acha que é tudo que precisa só na beleza. Homem com cara de homem sabe que tem que ser inteligente, sabe. Homem tem que ser quase feio.
Não gosto de gente burra, mas não gosto de gente exibida.
Também não gosto de homem com cara de bebe e corpo de halterofilista.
Odeio quando me trata como tanto faz. Igual a todo mundo. Odeio tanto que prefiro que me brigue a ter que ser comum.
Odeio bolinhas de leite no meu café, refrigerante sem gás e água natural.
Tenho horror a tardes ensolaradas, não gosto de barulho e praia.
Odeio roupa brilhosa, salto alto em festa, batom cor de rosa e cheiro de grama queimada.
Não suporto que estalem a boca pra falar. Assim, com a língua entre os dentes abrindo a boca. Prefiro calar.
Odeio tudo isso e muito mais.
Mas eu adoro quando você vem de vagar, andando com seus pés bonitos os seu pelos lisinhos e seu corpo miúdo. Falando de um jeito típico com um risinho sacana. Ou então quando fala o meu nome num tom diferente dos demais.
Gosto de te ver com raiva e sério. De cara amarrada me dando lição de moral. Goste de te ver sério. Mas gosto mais de te ver sorrindo.
Adoro dormir  abraçada.
Gosto de tudo isso em ti. Gosto de outras coisas, mas outras coisas não importam. Eu gosto é de ti.
Gosto, amo, quando tenho posse de ti na minha vida. Gosto quando tu me olhas sem querer e me pega te olhando também.
Gosto mais da minha vida assim
Não gosto de nada daquilo, mas não me importo com mais nada se gostar apenas de você.

Acho que eu to apaixonada. 

sábado, 6 de novembro de 2010

texto 3

Talvez nunca tenha amado de verdade.
Talvez apenas sonhasse em amar.
E amasse não o outro, mas o sentir.
E como não se julga... Jamais julgarei o teu amor.

Amou o desprezo, a distancia, o frio, a dificuldade e a dor.
Talvez seja nobre o teu amor por amar o que ninguém mais quer.
É... É nobre teu amor.
(...)