segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Olhar...


Vou começar pelos teus olhos, ou seriam as sobrancelhas? Mas que seja! Estes teus olhos que pro todo o dia pareciam estar com sono, sempre meio fechados, deixando difícil ver tua alma através deles, encantaram. Mas, quando caía a noite, mesmo pequenos – os teus olhos, enchiam-se de brilho capaz de ofuscar até a lua. Estes olhos eram emoldurados por  tuas sobrancelhas que pareciam pintadas ao invés de feita de pequenos pêlos.
E a tua boca, pequena, delicada, assim como os olhos. Vivia com um sorriso despretensioso, malandro contagiando e contrastando com os teus olhos fechados de falso sono. Embora pouco, quando mostrava teus dentes – felinos – era encantador. Pois não era só um sorriso que abria. Era uma mistura de ataque. Era quase uma armadilha.
Os cabelos vinham de um tamanho só do topo da cabeça e ondulava-se como o mar até desaguar sobre teu colo. E, se não fosse um delírio meu, ele mudava de humor junto com a lua, igual ao mar. Um negro mar...
Falei dos teus olhos, sobrancelhas, a tua boca e o cabelo. Não falei do teu colo, das tuas bochechas tampouco do teu coração e da tua alma. Mas não conseguiria, nem com a mais minuciosa explicação, dizer o que os meus olhos vêm quando ficas diante deles. E a natureza parece querer brincar com a fragilidade do meu coração quando junta todas as energias no ar para fazer balançar os teus cabelos e cerrar os olhos apara poder enxergar...  


Ass: Jorge.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Não é triste.


E dizem que os escritores, principalmente de romance, só sabem escrever quando se sentem mal. Ou quando eles estão tristes demais para saber guardar a dor deles apenas para eles. A não se que eu não me encaixe em lugar nenhum de escritor, digamos que há um sério engano na cabeça dos que dizem isto.
Os escritores não escrevem quando estão tristes. Os escritores escrevem quando tem um sentimento tão maior que eles que é preciso passar para o papel antes que explodam. Escrevem quando estão felizes. E sim, também escrevem quando estão tristes. Escritores escrevem quando há sentimentos.  Escrever é uma arte e arte é sentimento.
Escreve, cantar, atuar, dançar sem sentir nada é como comer sem estar com fome. É fazer por fazer. É como sexo sem vontade. É bom, mas não tem graça. Tu finges que escreve, fazes de conta que canta, tu finges que é outra pessoa, um fazes apenas alguns movimentos.
E não é por ai. Escreve é transbordar sentimentos através das palavras. Cantar é falar com o coração e alma a melodia dos sentimentos. Atuar é ser outra pessoa é sentir como se fosse o outro é quase incorporar. Dançar é falar tudo sem usar seques uma palavra é fluir no meio de todas as outras artes.
E não só para os escritores, mas para todos os artistas, fazer alguma coisa sem sentir nada não conta. E se é triste que tu escreves o texto... Não importa o quão triste pareça, o texto vai ter alma.  Assim como qualquer outra coisa que tenha sentimentos em si.

Dominique


Voltando a viver.
“Pois é isso que sente quando se volta a viver? Quer dizer que não é apenas rir e ter momentos felizes? Quer dizer que todo esse tempo eu não estava viva?” - Eram estas e outras perguntas que rodavam a cabeça de Dominique naquela quarta-feira. – “Ter amigos é isso? Dói viver?”
E Dominique olhava nos espelho do seu quarto e percebera coisas que ela já havia esquecido no tempo em que passou sem viver.
Queria largar tudo, dia ou outro, mas agora percebera o quão bom era viver e ser ela novamente. Não ligava de estar só em alguns momentos, pois eram nesses momentos que as coisas iam para o seu lugar.
Dominique, em pouco tempo percebeu o lado bom de viver. Porque embora tenha sentido muitas dores, levado todas as pancadas que precisava – até então. Ela viu que as recompensas que ela tinha, agora que estava viva, eram mais satisfatórias.
Então, Dominique descobriu que viver, mesmo tendo contra tempos, tem suas recompensas. Que de tão prazerosas nos fazem esquecer-se dos dias ruins. E nunca mais quis viver dormindo.