domingo, 18 de setembro de 2011

realmente


Era apenas imaginação. Foi quando fechei os olhos e sonhei. Acordei, como todos os dias, e continuei a imaginar. Mergulhei todos os dias na imaginação que me parecia bem mais real que a realidade.
Não esqueci a realidade dia algum. Aliais, foi isso que me incomodou durante o tempo que imaginei. A realidade era chata e acabava dando idéias a imaginação. E esta era maleável, modelável de acordo com a realidade. Por mais bizarro que fosse.
Imaginem:  que imaginei que imaginavam! Era um nível absurdo de imaginação. Tanto quanto, não saber se o que era imaginado era verdade ou o que era verdade era imaginado. A verdade era imaginária a tal ponto que não sabia quando um era o outro e o outro era um. Muito menos quando estavam em seus lugares.
Certo dia, tomei doses de verdade e entendi. Mas voltei a imaginar. Constantemente de maneira corrida e ininterrupta. Até ser acordada aos socos e ponta-pé pela Dona realidade. Amarga e invejosa.
Fique entre as duas. Sai falando palavrões e fazendo gestos inadequados, para uma moça, a realidade. Dei os braços a imaginação e fui-me embora.  Até que se tornou tão real, a imaginação, que a realidade não passou de um quadro na parede de algum lugar imaginado.