quarta-feira, 24 de novembro de 2010

texto 4

E se saudade matasse?
Eu já estaria morto e enterrado em campos floridos, com aquelas flores com cheiro de campo para assim ser campo e não jardim.
Mas acho que saudade mata.  Mata um pouco a cada dia. Saudade que te prende no passado. Saudade que não te deixa seguir. Acho que isso é morrer de saudade.
Todos os dias, todas as horas.
Morrendo de saudade...
Saudade mata!
Me mata todo dia pro dia novo me fazendo querer andar para trás.
Saudade me deixa burro.
Saudade não é coisa boa. Saudade não é como sentir falta. Afinal, tem um sentido parecido, mas não é a mesma coisa.
Saudade, talvez, tenha sido uma palavra inventada para representar uma sina de maldição de algum feiticeiro. E, nós, burros, acreditamos que seja algo saudável.
Sinto falta de muitas coisas, mas a saudade me mata.
Sinto falta do café da manhã que o meu pai fazia todos os dias para a minha mãe que acordava mais cedo pra cuidar de mim.
Sinto falta, mas não me impede de tomar o café que eu mesmo todo santo dia.
Disso, eu sinto falta. Mas vivo.
Agora... Aquela merda de amor que passou por aqui e agora se foi me deixa com uma saudade que não sei medir.
não é possível amar de novo se não for o mesmo amor. Agora todo amor é uma amor de merda. Nada é grande e bom o suficiente pra comparar. Nem chega perto.
Me da uma saudade, uma saudade tão forte que me faz acordar e querer andar pra trás.
Acho que isso é saudade. Saudade é ruim.
Eu to morrendo, e é de saudade.

3 comentários:

Érica Ferro disse...

Essa saudade que tu sente é venenosa, mata pela impossibilidade de vivenciar o que passou exatamente igual.

Sinto dessas saudades, mas acho que consigo viver com elas me apertanto de quando em quando.

=*

José María Souza Costa disse...

BElissimo o seu post.E maravilhoso o seu blog. Passei aqui lendo, e estou lhe convidando a visitar o meu blog, e se possivel seguirmos juntos por eles. Estarei grato esperando por voce lá
Abraços de verdade

Evandro Borges Martins Bisneto disse...

lindo!