quarta-feira, 24 de novembro de 2010

texto 4

E se saudade matasse?
Eu já estaria morto e enterrado em campos floridos, com aquelas flores com cheiro de campo para assim ser campo e não jardim.
Mas acho que saudade mata.  Mata um pouco a cada dia. Saudade que te prende no passado. Saudade que não te deixa seguir. Acho que isso é morrer de saudade.
Todos os dias, todas as horas.
Morrendo de saudade...
Saudade mata!
Me mata todo dia pro dia novo me fazendo querer andar para trás.
Saudade me deixa burro.
Saudade não é coisa boa. Saudade não é como sentir falta. Afinal, tem um sentido parecido, mas não é a mesma coisa.
Saudade, talvez, tenha sido uma palavra inventada para representar uma sina de maldição de algum feiticeiro. E, nós, burros, acreditamos que seja algo saudável.
Sinto falta de muitas coisas, mas a saudade me mata.
Sinto falta do café da manhã que o meu pai fazia todos os dias para a minha mãe que acordava mais cedo pra cuidar de mim.
Sinto falta, mas não me impede de tomar o café que eu mesmo todo santo dia.
Disso, eu sinto falta. Mas vivo.
Agora... Aquela merda de amor que passou por aqui e agora se foi me deixa com uma saudade que não sei medir.
não é possível amar de novo se não for o mesmo amor. Agora todo amor é uma amor de merda. Nada é grande e bom o suficiente pra comparar. Nem chega perto.
Me da uma saudade, uma saudade tão forte que me faz acordar e querer andar pra trás.
Acho que isso é saudade. Saudade é ruim.
Eu to morrendo, e é de saudade.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

texto 3

Odeio dedos levantados. Aqueles que o dedão fica pra cima, apontando pro teto, sem mais nem menos. Não, mas odeio.
Não suporto também pernas cabeludas de pelos enrolados. Fazendo uma molinha achatada, concentrados na batata da perna e quase escassos nas coxas. Não supor me dá uma coceira, uma agonia.
Pra saber, cabelos enquicrihados na nuca também me dão ânsia.
Não gosto de ver cebola na sopa, nem morder quando fritas. Parecem minhocas quando mastigo.
Não gosto, não gosto.
Não gosto de homens muito bonitos. Homem tem de ser um pouco feito pra ser um pouco bom. Homem bonito demais enjoa e acha que é tudo que precisa só na beleza. Homem com cara de homem sabe que tem que ser inteligente, sabe. Homem tem que ser quase feio.
Não gosto de gente burra, mas não gosto de gente exibida.
Também não gosto de homem com cara de bebe e corpo de halterofilista.
Odeio quando me trata como tanto faz. Igual a todo mundo. Odeio tanto que prefiro que me brigue a ter que ser comum.
Odeio bolinhas de leite no meu café, refrigerante sem gás e água natural.
Tenho horror a tardes ensolaradas, não gosto de barulho e praia.
Odeio roupa brilhosa, salto alto em festa, batom cor de rosa e cheiro de grama queimada.
Não suporto que estalem a boca pra falar. Assim, com a língua entre os dentes abrindo a boca. Prefiro calar.
Odeio tudo isso e muito mais.
Mas eu adoro quando você vem de vagar, andando com seus pés bonitos os seu pelos lisinhos e seu corpo miúdo. Falando de um jeito típico com um risinho sacana. Ou então quando fala o meu nome num tom diferente dos demais.
Gosto de te ver com raiva e sério. De cara amarrada me dando lição de moral. Goste de te ver sério. Mas gosto mais de te ver sorrindo.
Adoro dormir  abraçada.
Gosto de tudo isso em ti. Gosto de outras coisas, mas outras coisas não importam. Eu gosto é de ti.
Gosto, amo, quando tenho posse de ti na minha vida. Gosto quando tu me olhas sem querer e me pega te olhando também.
Gosto mais da minha vida assim
Não gosto de nada daquilo, mas não me importo com mais nada se gostar apenas de você.

Acho que eu to apaixonada. 

sábado, 6 de novembro de 2010

texto 3

Talvez nunca tenha amado de verdade.
Talvez apenas sonhasse em amar.
E amasse não o outro, mas o sentir.
E como não se julga... Jamais julgarei o teu amor.

Amou o desprezo, a distancia, o frio, a dificuldade e a dor.
Talvez seja nobre o teu amor por amar o que ninguém mais quer.
É... É nobre teu amor.
(...)

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Desconhecido. ( Cap.1 )

Ela podia jurar que delirava. Podia jurar que haviam lhe drogado e ficara sem consciência para reagir a qualquer coisa. Mas não saiba dizer nada. Só sabia que estava lá, deitada e coberta por um lençol fino e familiar, foi o que notou pela textura e cheiro. E também era apenas isso que a protegia do resto do mundo. Não sabia onde estavam suas roupas, seus sapatos e até onde provavelmente estava antes dali.
Era difícil procurar qualquer coisa, afinal de contas ela não sabia de nada antes daquilo. Não sabia da roupa, do endereço, do dia, das pessoas. Nada! Era apenas: ela, o lençol, o lugar e o cheiro.
Com o corpo leve e a cabeça pesada foi difícil se equilibrar ao levantar da cama. Andou no chão gelado, envolvida no lenço com uma calda parecendo uma noiva. Andou em volta da cama passo a passo. Como se fosse possível se perder a cada centímetro que avançava.
De longe, do outro lado da cama, ela viu um espelho. Mas tava longe só era possível, para os olhos cansados dela, ver contornos de qualquer coisa que refletia. Por algum momento ficou com medo. Parou de olhar e virou de costas disposta a olhar pela janela. Mas menos de um segundo entre o passo e o impulso, voltou-se para o espelho. E ficou encarando. Como se fosse hipnotizada pela imagem, achou mais seguro atravessar a cama até ele. Ou seria medo de perder no tempo a imagem que via.
Agora estava face a face com o espelho. Não era possível dizer que era o seu reflexo, porque mal lembrara como era antes de se ver nele. Olhou estática, durante minutos seguidos. Sem mexer sequer um músculo alem do necessário. Por vezes perdeu a respiração. Admirou-se. Não lembrava nada, absolutamente nada de si.
E deixou cair o lençol ao mesmo tempo da lágrima que descia no rosto e nem ela sabia o motivo. Não lembrou quem era, mas agora sabia como era. E de alguma forma queria mais que nunca se abraçar. Se proteger do mundo todo, até de si.
Um barulho a despertou do espelho. Com o susto juntou o lençol e jogou em volta de si como uma capa de proteção.
Estática, quieta, silenciosa. Podia jurar que ser invisível seria a melhor maneira de encarar tudo. Mas sua respiração ofegante parecia entregá-la. E quanto mais despercebida tentava ficar, mas alto e rápido seus pulmões trabalhavam. Como se seu corpo quisesse boicotar seu disfarce.


Continua...


ps. Sim, voltei a escrever contos em capítulos. 

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

aqueles dois

Não parei de olhar para os dois desde a hora que bati os olhos. Eles estavam a um distancia razoável de mim. Bem visível e no meu campo de visão constante. Estavam encostados em alguma coisa, que devia ser meia parede ou alguma coisa assim. De fato, o que menos importa, nem prestei tanta atenção assim. Eles me hipnotizaram de fato. Eram um homem e uma mulher. Por mais jovens que fossem o que fluía deles era essência de gente grande.
Era noite, já beirando a madrugada. E eles pareciam bem acordados apesar da hora. A menina era branca de um tipo de branco tropical. Não era rosa, era branca e tinha cor de sol na pele. Suas curvas eram robustas, era bonito de ver. Vestia um vestido de verão leve e que mexia despretensiosamente tanto quanto perigosamente com o vento fresco daquela noite. Deixando um pouco mais das pernas grossas da menina a mostra. O que me deixara um pouco sem graça. Assumo. Sentindo com se tivesse invadindo um pouco dela. Mas era culpa do vento e das curvas da pequena. A que parecia tão envolvida na situação, e nos braços do rapaz, que nem ligava para vento e minhas observações.
Já o rapaz que abraçava a menina não era dos mais bonitos. Nem tão robusto quanto ela. Na verdade o moleque parecia ter apenas braços que passeavam nas costas brancas da moça. O que parecia agradar a ela, pois certa hora todo mundo tremeu com um fio de vento muito frio e ela nem se mexeu. Não entendi como braços tão finos podiam aquecer. E foi ai que lembrei que ele tinha mais corpo que aqueles dois braços nas costas dela. Mas de fato, era magro.
Agora eles não estavam mais abraçados. E ela pareceu notar a presença do vento e segurava despretensiosamente o vestido nas laterais para evitar qualquer acidente. Eles riam e gesticulavam. Queria ter idéia do que falavam. Não sei bem o que esses jovens falam nessas horas. Mas parecia ser algo que a divertiu e que a animou a dançar, pois ela fez uns gestos com as mãos e logo em seguida se jogo de volta nos braços dele.
Começou de novo. Ela estava lá apertada contra o corpo dele como se pudessem grudar. Seus braços brancos envolvendo o pescoço e provavelmente ela devia estar passando as unhas nos cabelos da nuca do rapaz. Pois nessa hora ele puxou a moça com um pouco mais de violência contra seu corpo magro o que a fez ficar na ponta dos pés. O braço esquerdo dele encaixou na curva entre a costa e a bunda enquanto o outro subia com a mão cheia de dedos para os cabelos. E as mãos dela já estavam perdidas pelos cabelos curtos dele. Nessa hora parece que o vento resolveu fazer parte momento deles. E começou a brincar com o vestido da menina.
Passeava na saia dela como se estivesse quase fazendo um zig-zag pelas coxas dela. E se divertia assim. Fiquei um pouco agoniado pensando que ele podia causar um acidente e deixá-la com a calcinha a mostra. Mas nem fez ficou lá brincando enquanto ela se contorcia com um beijo na orelha. E eu fiquei pensando o quanto eles eram sensuais assim, assim... Se querendo. É... Não há outra palavra. Era notável o quanto se queriam os dois. Um o corpo do outro, cada ponto, cada curva, cada gosto.
Ela segurava o rosto dele com as duas mãos quentes enquanto o quadril se apoiava no dele o beijava a boca delicadamente. Talvez pela primeira vez tenham percebido o frio da noite, pois se abraçaram e ficaram se aquecendo. Mas daí isso já não me chamou mais atenção nem me enchia a vista. Então eu virei de volta pra roda e comecei a olhar a que se abaixava pra buscar uma cerveja. Aaah! Ela era linda e morena, usava um shortinho daqueles que...

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

calada

Não ouço mais a minha voz. Faz uns três dias que permaneço calada. Calada da boca, por palavras sonoras, aquelas que por mais que julguemos úteis são mais inúteis que qualquer momento de silêncio. Pois bem, voltando ao meu silêncio... Não falo nada, mas nem percebo. Quando vejo, já não emito mais nenhum som. E todas as palavras que ouvia eram dos outros. No começo isso me irrita, incomoda e perturba.
Meu coração pausa, depois dispara. O corpo congela a minha cabeça dói. E quando percebo chove uma vida de vida na minha cabeça. E talvez compense a minha mudez com a quantidade de coisas que posso pensar e falar. E falo tanto que preciso respirar fundo, vez ou outra, para poder me entender.
Falo, falo e falo. Falo de tudo, de todos e talvez por todos. Assim como estou falando nesta hora. E já faz três dias que só falo aqui dentro. Não exponho, não compartilho. Gargalho sozinha das minhas próprias piadas que nem precisam ser engraçadas. Repreendo-me.
Aposto que quase saio do meu corpo algumas vezes. Talvez, imagino, seja isto que me cause aquelas sensações estranha. Então quando volto pro corpo ele leva um choque e volta a trabalhar. No meio dos outros pareço um boneco. Estou apenas enfeitando o lugar. Calada, com cara de pastel. Mal sabem os que olham (e por sua vez, não vêem) que lá dentro há mais vida e informações do que todas aquelas que eles estão falando boca pra fora.
Imagino que seja um pouco de egoísmo da minha parte não querer compartilhar o que é falado dentro de mim. Mas acho que não. Não é por falta de querer. Eu apenas não consigo falar todas as palavras que são ditas por dentro. Por algum motivo, não deve valer a pena.
Não vou contrariar continuarei, aqui, nessa conversa afônica e egoísta.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

texto 2

Ele não acredita em contos de fadas. Amor, daqueles sem explicação, também não. Tudo tem fundamento, motivo, causa e conseqüência. Tudo com uma explicação digna. Não crê que toda historia de amor é uma historia bonita. Que brigas e lágrimas nem sempre querem dizer o fim, ou que ser igual vai alem do explicável. Talvez acredite que tudo é mais matemático que lírico. É... Talvez. É assim: corpo e corpo, pele e pele. Sentimento bruto, carne, gente e contato. Nada de borboletas de fumaça imaginária, nem flores astrais. Era chão, era real. E era assim, para ela.

Ela, ela crê que o mundo sem amor, sem sentimento não é o mundo. É dividido em dois. O que se vê e o que se sente. Mas ela vive no que sente. Fica cega, cega de amores vez por outra. Acho que todas as historias dariam uma bela historia de amor. Crê em todos os tipos de amor e sentimento. Chora se descabela e, às vezes, jura que quase pode voar de tanta felicidade. Ela era assim. Sentia até o final e se pudesse não teria final nunca. Era assim: tudo lírico, poético surreal. E era assim, pra ele.

fim

terça-feira, 28 de setembro de 2010

trezentos e sessenta e cinco dias + dez.

Foi por um tempo. Pouco tempo, não, não. Muito tempo. Foi um tempo um pouco bom, um pouco ruim. Talvez uma novela, um romance. Mas se foi novela, era daquelas de deixar todos os espectadores putos, muito putos no final, porque o autor sem mais nem porque deixou tudo estranho. Sem pares. Impares. Incertos. Um romance, um romance não de água com açúcar. Mas daqueles que põe um punhal no coração de quem lê. Com beijos, sexo e brigas. Ciúme. Um tempo.
Um tempo, tempo com tudo isso. Tempo. Tempo deveria ser o segundo capítulo do livro desta historia. Seriam trezentos e sessenta e cinco páginas e mais dez. Dez páginas de fotos. Só fotos, imagens congeladas duma pseudo-realidade imaginada. Que vista de certo modo até contaria outra história... O tempo, seria apenas o segundo capitulo.
Mas isso, isso só se fosse um livro.
Não é. Ainda não é. Não sei se vai ser. Talvez. Talvez porque tenha marcado um bom tempo, talvez porque as coisas tenham ficado fora de ordem, talvez porque tinha amor. É amor, amor foi uma palavra pouco usada. Considerada forte e cheia de significados. Significados os quais cabiam em grande maioria em todos os pontos da historia. Mas relutante, não se admitia a palavra no contexto. Apenas agora, no fim, bem quase na contra capa perto das páginas de fotos, foi admitido isso. Era amor. Bem que era.
Mas amor por amor, se transforma em raiva se mal aplicado à mistura. É complexo e tem que ter tempo, tempero e jeito. Se não desanda e dá merda. E raiva, nossa! Raiva e lágrimas não faltaram. Ainda rolam, mas não mais amenas.
E lágrimas... Lágrimas de amor. Amor se transforma em raiva, raiva volta a ser amor, e no final, se nada se resolve, vira desapego. O que resta é lembrança... É lembrança daquelas das fotos das dez ultimas páginas. Embaçadas e desgastadas.
Um tempo, uma lembrança, um sentimento. Foi uma história que deu. Deu o que falar. Deu o corpo, deu vontade, deu raiva, deu tudo, só não se deu uma chance de ser. Cansa, cansa comer feijão todo dia. Uma hora o feijão fica sem graça. Depois volta a ter o mesmo sabor. Mas por enquanto deu.
Essa história só não deu de faz de conta. Era tudo de verdade. Chegava a doer o quão verdadeiro era tudo. Se evitava, vez ou outra, por doer nos olhos o quanto tinha de verdade. E era tão real que nem imaginar uma história de faz de conta se cabia.
cansou, cansei. trezentos e sessenta e cinco dias mais dez.
O fim: sem graça, sem lágrimas, sem casais. e os espectadores desligam a tv e se frustram. Apático. Tanto quanto a segunda parte correspondente do sentimento vivo da parte de ca.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

era de antigamente.

Sinto muito, amor, pois sinto muito amor!
Não posso mudar!
Posso apenas esperar.
E você? Vai esperar, também?
Se quiser pode ir, rir... Você que sabe. Não vou opinar.
Apenas esperar, errar, amar, calar, amar, errar e amar e errar
De novo.
Sempre
E muito.
Porque se não amar e errar. Vou amar acertando será que vai caber tanto amor em mim?
Pois se acerto todos, aposto que não se acabam.
E eu achava que tinha acertado agora. Acho que acertei
Mas, tu, AAAAAAAAH
Tu, amor, erraste feio
Ta ai, todo sem amores e eu, aqui, amando feito pateta.
Eu entendo... Já fiquei assim.
Mas...
Sinto muito, amor... Ainda sinto muito amor.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Eu preciso de espaço, de tempo, de paz, de amor. Mas não quero um quarto grande, nem de férias. Mas não digo que não quero um romance, porque romance tem amor também e quero todo o tipo de amor. Amor, amor, amor... Muito e com ele paz. Mas não só a paz da bandeira branca. A paz que vem de dentro, de verdade. Aquela paz que a gente transmite; que transborda; que inunda o corpo de dentro pra fora até tocar no outro.
Uma pequena lista de grandes coisas, mas é só isso que eu quero. Não preciso de muito mais. Talvez, uma ou duas coisas a mais. Entenda que nada como principais apenas pequenas coisas de brinde.
Poder sentir mais e ressentir menos. Sorrir e se for chorar que seja de emoção. Assim como agora, ouvindo alguma musica e pondo num pedaço de papel tudo o que mais desejo, escorre lágrimas do canto do olho rosto a baixo parando numa linha feita por um sorriso de canto de boca.
É tão pouco, mas parece difícil. Embora seja mais fácil do que imaginamos. Quero paz. Quero leve, quero tranqüilidade.
Quero vida, quero cor, quero viver assim.
Poder correr e sorrir, sentir o vento nos cabelos - queria cabelos grandes também – e dizer: oi vida, oi!

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

saudade

Não sinto saudades dele. Dele eu posso matar a saudade com uma ligação ou uma visita rápida. A saudade dele é a de menos, é fácil, bem fácil de resolver.
A saudade que me mata, meu amigo, não é essa comum. A saudade que eu falo não tem cura. É uma saudade difícil que insiste em ficar.
Sinto saudade do clima daquele mês. Do cheiro das coisas, da forma das musicas. E o sentido que tudo tinha. A cor dos dias. Eu sei que os dias têm a mesma cor, uns cinzas, outros azuis, mas eram diferentes tinha alguma coisa a mais.
É difícil de explicar. Demorei muito para entender. Mas é mais ou menos isso que eu sinto. Só de ouvir alguma musica já bate uma saudade, nossa que parece que eu volto no tempo. Mas é só até acabar a musica.
Sabe... Também sinto falta de como as palavras eram ditas naquela época. Nossa, eram também diferentes. Tem dias que até parece que vão ser iguais, mas só parecem. Não são.
Demorei tempos, uns bons meses para entender o que acontece. Mas agora eu descobri. Na verdade eu venho descobrindo aos poucos. Já assumi, já passei por vários estágios. Agora o que mais parece é que estou numa daquelas fotos de porta retrato numa praia, despenteada e rindo, mas só. É uma das fases mais confortáveis, garanto.
É bem tranqüila, sem altos e baixos de confusões. Onde tudo fica claro. Tipo parte final do filme. Quando já se resolveram as coisas e estão preparando o final mais bonito e todo mundo com roupa nova e cheirosinho. Com direito a chá e torta de limão.
Sei que muitas vezes vou sentir falta ainda. Não sei até quando, porque pode ser pra todo o sempre. Pois mesmo que por pouco tempo, foi forte. Pra mim, pelo menos, foi. Talvez sinta falta pra sempre, afinal não haverá igual.
Podem ter melhores. Ou não. Mas pode haver outros. E será do seu modo, cada um. Por isso sempre vou lembrar. Mas se sempre vou sentir saudade assim? Não depende só de mim.
Mas te peço, aceita? Aceita que eu sinta saudade desse sentimento que já não existe mais? Ou até existe, mas só dentro de mim.
Deixa? Deixa eu sentir saudade assim?

terça-feira, 17 de agosto de 2010

vicio.

Veneno, droga, alguma coisa assim.
Vício...
E a abstinência imediata me faz enlouquecer.
E só preciso de pouco, bem pouco pra ficar doente.
Sim, doente. É assim que fico todas as vezes. Mas não se preocupe, sem isso, para sempre, aprece que falta um pouco de mim. Não sou eu ao máximo.
Ou até sou, mas junto pareço mais.
Parece uma bengala.
Sem mim, continua bengala, mas por mim...
Fico sem chão, não sei andar direito.
Parasita. Droga. Veneno. Vício.
E quando vai ser bom?
Quando é bom?
Por um segundo, alguns instantes de toque, carinho, contato.
Droga alucinógena de efeito rápido alto risco e vício.
Sem taxas seguras. Prazer e êxtase total e momentâneo.
Sou uma viciada. Sou viciada na droga mais perigosa: outro ser.

Tentarei manter a calma até a próxima dose.

Adeus.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Não quero escrever sobre isso. Quero que poucos saibam, bem poucos. Na hora certa tudo vai vir à tona, sempre vem. Mas é tão bom que eu posso falar um pouco, quase nada. Só pra poder falar e dizer que é muito bom.
Tudo colorido novamente, tudo quente, tudo frio (porque eu não gosto de calor). Tão simples como por água no copo. Liquido e transparente.
Confeço que estou tonta, tonta de felicidade.

FIM.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

tola, fraca e controlada.

Era tola, tola. Tola o bastante para fazer tudo que queria, mas não devia. E tão tola que julgava errada e mesmo assim obrigava-se a fazer por simples querer. E fazia, e como fazia. Fazia sempre, sem limites. Havia tempos de calmaria que ela se fazia entender que era tola e que fazia e que fazia tudo de errado. Então, por isso, não fazia. Mas era fraca, também, além de tola. Por ser fraca, ela voltava aos vícios e fazia tudo errado novamente. Mas era controlada, fazia pouco, bem pouquinho. Por vezes era quase nada, mas era. Era o suficiente para no outro dia querer mais e mais e mais. E assim voltava tudo do começo.
Era tola, fraca e controlada. Era complicada, às vezes, ia se obrigar a não fazer perto de tudo. E tudo, era o que ela queria fazer. Fazia de conta, brincava consigo e todo o tempo. E no final das contas fazia. Torturava-se, chorava, gritava, esbravejava e fazia. Já estava fazendo. Ela se perguntava todos os dias quando pararia. Então parava, mas o medo entregar-se ao vicio novamente a obrigava a pensar que não daria certo mais uma vez. E não dava.
Um dia pararia. Um dia ela não mais o amaria.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

bora sair do armário, amigão?

Perguntaram, um dia, pra mim, se tinha algum preconceito. Eu passei um bom tempo pensando antes de responder que ‘não, não tinha nenhum’. Mas voltando pra casa eu continuei pensando sobre isso. E descobri que eu tenho. Não estou com vergonha nenhuma em falar isso, eu tenho.
Certo, vou falar sobre o meu preconceito. Eu tenho preconceito com quem tem preconceito consigo. Sim, as pessoas que não se aceitem, se assumem e tudo mais. Não me refiro a bissexuais assumidos. Mas daqueles que fazem de conta que ninguém sabe.
Tenho muitos amigos que um dia me apresentam a Ana e um tempo depois o Felipe, como namorada (o). Nem estranho. Mas tem gente que quer fazer de conta que um lado não existe quando ta agindo do outro. Meus amigos, gostar não é feio. Independente de quem seja!
Ter preconceito, que feio, que feio! Eu sei também tenho, mas eles também têm. Não admito não me desce pela garganta. O que é mais engraçado é que se comenta alguma coisa a respeito você está denegrindo a imagem da pessoa. Não tenho paciência, não amigão! No final das contas quem abre a boca é que esta errada.
No final das contas... Essa conversa me dá tanta agonia que já até cansei. Só queria que eles se assumissem de uma vez. Não escolher um lado, mas aceitar que pode gostar de dois, ou aceitar que gosta de um e ser feliz. Sem precisar de mentiras...

#prontofalei

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Chora, chora... Pode chorar minha amiga. Aproveita que chove muito forte e chora na chuva. Lavando o rosto na água que o céu chora também. Não é que eu queira te ver triste, mas é que chorar lava, limpa a alma. Mas de com força, sem medo.
Chora lá fora na chuva com o céu que chora pra lavar o mundo, pra ele ficar mais bonito no final. Chora pra regar as tuas flores, teus amores... Assim como faz o céu com a terra.
Menina bonita chora pra secar. Chora bastante pra desaguar a vista e tu poderes enxergar que, na tua frente, é tudo tão lindo. Tem tanto amor ai, chora pra desafogar o bichinho, chora. Pode chorar enquanto a chuva chora na tua janela também.Lave, assim como ela, com a tua água doce as flores pra elas te mostrarem a beleza de tudo... De ti.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

é a hora.

E chegou mais que na hora de dizer... Adeus. Sim, adeus. É duro, dói... Muito. Alguma coisa grita aqui dentro pra dizer “até logo”, mas não posso. Luto com grande parte das minhas forças. Fiquei calada para evitar isso. Mas não dá.
Eu sei que eu vou sentir falta. Vou sentir falta das risadas em volta da mesa, dos carinhos, dos dias, das piadas, da tua voz e do teu cheiro. Talvez... Talvez que nada, estes dois vão fazer uma falta, mas tanta falta que não sei medir. Mas eu vou saber dizer adeus. Eu sei que vou ter que saber.
Andei pensando que não gosto de nada pela metade, nem sentimentos, nem histórias, nem meus pães. Então se não é inteiro, prefiro não me torturar mais em ter de vê-los pela metade. Metade é sem graça, não mata o gosto, não enche a barriga, não aquece o coração. Que, pobre coitado, passa frio e calor... E sofre coitado.
Talvez não faça por mim, ora, claro que não é por mim. Sou fraca demais para preferir ser racional a ser sentimental e, pecaminosamente, entregar-me aos desejos absolutos da minha carne.Eu faço por meu coração que tá apertado faz tempo.
Pode até parecer forte, mas fortes são só as palavras que eu vou usar.
Digo isso porque, como dizia, é adeus e não até logo. Para um até logo eu usaria palavras doces e delicadas. Usaria muitas reticências. Mas, agora, é um adeus. Cheio de pontos finais e algumas pequenas metáforas para não fugir a regra.
Adeus! Adeus aos dias, as lembranças, as piadas, risadas, carinhos, cheiros. Embora eu saiba e bem que esse vai me boicotar. Mas mesmo assim, adeus.
Até mais, não vou ter nunca. Não quero nunca mais.
Adeus, adeus. Sem nós, sem histórias. Sem ferir, sem cair, sem me trair. Adeus, eu digo, para ser melhor que mais ou menos.
Adeus, adeus para... Para não ficar pela metade. O que não pode ser inteiro é melhor não ser. Vou sentir falta, sei bem, melhor assim do que um frango de padaria admirado por um cachorro faminto. Afinal, um dia ele comerá ração. Parece pior, mas para ele, com certeza, será melhor.
Adeus. Doeu, mas vai passar.
Adeus.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

te ver.

Bom dia amor! Estou aqui pra te dizer que vem te ver, sentir teu cheiro, tua pele, tuas marcas. Não, meu bem, não precisa nem abrir os olhos... Se quiser não precisa nem acordar.
Sabe, garoto, eu gosto de ver o sol fazendo a curva na tua cintura, assim, quando deitas de lado. Eu também gosto de sentir a tua pele escorregando sob meus dedos tu te mexes.
Mas sim, também gosto de fazer carinho.
Lembro de depois de tarde de carinho, quando já estava só no meu canto e passava as mãos no rosto e de longe sentia o cheiro do teu cabelo. Onde meus dedos se perdiam, sim, naqueles cabelos mal arrumados como de costume.
Meu bem, curioso, mas é incrível como cada parte do teu corpo tem um cheiro diferente. O mais bonito é que sei. O perfume do teu cabelo, do rosto, do pescoço... Ah um dos melhores... Podia perder-me por ai. O cheiro de homem que gritava no teu peito um pouco marcado por unhas – eu gosto destas marcas, me parecem um pouco de mim em ti – e todos os outros cheiros do teu corpo, que me deixam as bochechas rubras só de lembrar.
E vou indo embora, agora, meu amor. Já sinto o calor do sol nas minhas costas. Não vai demorar a chegar às tuas também. Afinal eu abri as cortinas pra te ver ainda no sol fraco. Mas agora ele já se faz forte e quente. E prestando atenção ele me lembra você.
Vou te cobrir. Bom sonho não se preocupe, eu volto. Mas, por favor, continue dormindo por enquanto. Ainda é muito cedo pra acordar.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Queria, tu, assim música e violão. Onde eu era a música e tu o violão. Quando em teus toques certos me fazem curvas de som e de prazer, onde qualquer um poderia ouvir.
Mas eu preferia que fosse a nossa música aquela, que para alguns, não faz nenhum sentindo. Só a gente entende e só tu sabes tocar.
Queria a gente som, tom, toque e dança.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Nem tanto assim

A gente já não é tão nova assim... Os problemas pequenos e superáveis durante a infância, hoje, são um pouco mais perigosos. Talvez porque você não corra mais os riscos das mudanças de fases definitivamente marcante. Um dia não tem peitos, no outro eles parecem duas laranjas doloridas debaixo da blusa. E com eles mudam os problemas que aparecem e desaparecem tanto quanto as mudanças no seu corpo.
É não somos mais tão jovens assim! Pensando que os problemas profundos da antiga juventude, hoje, são tão pequenos. Amar e não ser amado... Se é que já era amor. Algumas coisas tornam-se definitivas de agora em diante. Há mais seriedade em tudo. O brinquedo, agora o emprego. Os filhos. Você se vê virando os seus pais, no espelho. O futuro já não é mais o ano que vem, nem as férias nas festas.
O futuro agora depende mais de você do que os outros podem fazer pra você. O seu professor não pode mais salvar a sua vida por alguns décimos, no final do ano. Você por você, às vezes, pelos outros. Aqueles outros são os que você fez.
As coisas tomaram proporções maiores que o seu quadril na adolescência. Seus amigos não choram mais, não apenas, porque terminara o relacionamento. E agora não são cartas e bichos de pelúcias devolvidos numa caixa de sapato. Quem fica ficar com os filhos? A amante? Pensão, tensão, confusão. Era tão mais fácil com bichos de pelúcia.
E os dogmas? Quando antes, existiam barreiras, limites entre a liberdade e a libertinagem. Agora eles existem, mas onde eles ficam agora? Até onde se é infantil? Você pode ser moderno ou promiscuo. Onde se vê isso? É bem mais difícil.
Devíamos ser previamente avisados no inicio da juventude que, de preferência, se fossemos ter problemas que os tivéssemos naquela época. Agora é luxo ficar triste e querer passar o dia com os amigos comendo e falando besteira até esquecer tudo. Os seus amigos estão ocupados demais pra esse tipo de coisa. Você fica um pouco mais só, o mundo vai te consumindo. Tudo parece permanente e imutável.
Até que um dia você se olha no espelho e lembra que é apenas o meio do caminho, ou até o começo do meio do caminho. Embora não sejamos mais tão jovens assim. Somo jovens maduros. E mesmo que os problemas pareçam mais sérios que antes, algumas vezes, somos mais maduros para resolvê-los. E sabe que não adianta lamentar-se. Lembra, também, que parar no tempo não era útil nem quando você era mais novo. E mesmo que as freqüentes bagunças com aqueles amigos da escola podem não ser mais todos os finais de semana, mas sempre serão as mesmas.

E no futuro o seu presente vai parecer ser o seu passado.

sábado, 12 de junho de 2010

prisão perpétua.

Não sei se parece mais com um calo ou uma prisão perpétua, mas desde então ela se vê presa a isso sem ter para onde escapar. As roupas que vestiu; o filme que viu e até perfume que usou. Tudo por alguns simples e claros motivos. Por ela, por ele e para eles.
O que mais doía nela todo esse tempo não era fazer tudo, até mesmo porque ela realmente gostava de tudo que fazia, mas sim por não poder ou não o ter para poder enfim compartilhar como tanto sonhou de novo. Contar daquele filme que viu e que, embora todos achassem que fosse o melhor de todos os tempos ela dormiu na metade. Não se importava de ter visto sozinha ou com outras pessoas, ela gostava de saber que ele estaria lá – daquele jeito que só ela conhecia – para ouvi-la contar, rindo da tolice que foi, ter pensado que o filme pudera ser bom.
Ela não precisava de cem por cento, não queria tudo a toda hora, nem que virassem apenas uma pessoa (se bem que nas horas que se tornavam uma pessoa só eram inimaginavelmente boas). Ela só queria o que lhe cabia de direto do outro. Um pouco o suficiente. Saudável. Metade dela e a outra metade dele. Igual e simples. Na mesma dose.
Era sabido que o que ela queria não era nada de exorbitante. Sabia que era divertido e seguro, mas tinha medo de arriscar. Como jogo, tudo ou nada.
Ela tinha medo dos dois. Ter tudo significaria ter muito, ter muito dá trabalho. E nada... Ela não sabia se nada era pior do que tem.
Era um prazer e dor fazer tudo isso. Não era por obrigação, era natural. Talvez isso que fosse mais difícil. Se fosse forçado uma hora iria parar. Mas era como respirar, falar, comer ou andar. Saia mais naturalmente que algumas palavras até.
E daí dizia como calo, pois mesmo sabendo que ele existia ela sempre iria calçar aqueles sapatos – ou outros – e sempre iria doer. Mas era inevitável muitas vezes.
Ou talvez numa prisão, outras vezes, por não ter para onde escapar. E quando e se isso acontecia sempre havia um agente competente a trazê-la de volta. Creio que ela achava que era mais seguro lá dentro.
É notável... Era bem pouco que ela queria. Era um estado, uma situação, um nome, um homem, uma coisa um tempo... Tão pouco. Compartilhar a dois e não num monólogo imaginário sem contracenar com ninguém. Falando com paredes ou inventando diálogos inexistentes com figura imaginárias de pessoas reais.
Sentir um cheiro e compartilhar; uma lágrima e compartilhar; um sorriso e compartilhar; incontáveis dias e compartilhar; abraçar e compartilhar de um mesmo sentimento e bonito que surge, às vezes, de um carinho oferecido ao vento.
É tão pouco e compartilhar. Enquanto isso ela vai fazendo e vivendo, nessa coisa que podem chamar de prisão, mil coisas, a roupa nova, a musica e até esse texto na esperança de tê-lo compartilhado. Pois cada palavra foi pensada na imagem daquele rosto tão familiar lendo-as letra por letra e entendendo cada pedaço do sentimento que ficou por aqui como uma bolsa meio vazia com algumas lembranças no fundo e nos bolsos laterais.

terça-feira, 1 de junho de 2010

textinho


E como ela pode se apaixonar por algo que nem tem nas mãos?
Está longe, bem longe. Nos sonhos talvez? Nos contos, na imaginação dela.
Ela se apaixona cada dia mais e mais. Será possível ser verdade?
Ter, ou melhor, querer ter  sem ao menos provar? Desejar um doce sem nunca tê-lo sequer visto alem de figuras de livros de receita? Tanto de dar água na boca. Mas foi assim, ela se apaixonou. Por uma coisa que nem tinha nas mãos.
Menina boba, boba, boba.
No dia que provar o doce, de tanto querer, vai até enjoar.

Rapidinho e devagar.


Faz tempo - não sei o quanto – que perdi a noção do tempo. Mas agora, pouco me importa. O tempo pode ser um cara chato. Faz as pessoas correrem contra ele, faz um dia quase nunca chegar, brinca com a saudade e não se entende com distancia.

O tempo é um cara egoísta e tem o poder e o prazer de fazer tudo girar em torno ele. Não gosto, e de desgosto quebrei meus relógios e rasguei meus calendários. Só vejo o Sol e vez ou outra a lua.

Não lembro, nem conto, quanto tempo passo na rua ou em casa. Mas sempre volto quando aperta a saudade e sem me preocupar. Não sei se era ontem, hoje, ou no ano que passou, resolvo as coisas quando sinto que é o momento. As coisas pedem, gritam... Gritam alto quando querem.

Tem dias que são bem rock, uns são samba-canção, noutros tudo é bossa e alguns têm até um batuque nagô. Descobrir que musicar é melhor que contar. A gente dança os dias, deixa de contar. E sabe... dançar é bem melhor que contar. Contar cansa, desanima... Dançar não.

Mas agora que perdi a noção desse tempo sacana já não me preocupo mais. Não conto mais os dias e digo que passou tempo demais e nem que foi muito rápido.

O tempo já me deixou pra trás, mas agora eu não conto mais com ele. Eu to na minha linha, no meu ritmo. O tempo nunca mais vai ser demais ou de menos, ele sempre vai ser tempo bom . Agora, ontem, antes sambando, pulando, cantando...

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Erre.


E ela teve surtos de amor. Queria dizer paixão, mas paixão parece muito carne. E ela vai alem da carne, sente na alma. E quando teve surtos de amor. Ela só sabia que sentia e se tinha nome era vaidade, vaidade de menina.

Foi como vento de chuva que chega pegando pelas pernas e sobe o corpo de deixa despida alem de cegar. Cega por nos fazer fechar os olhos. Ele cega, mas não por cegar, nem é culpa dele, é culpa dela. E a chuva, a chuva vem pra esfriar a carne, a pele, o corpo. Mas não funciona na alma.

A alma podia ser mais quente que o sol, embora, às vezes, gelasse tanto e tão rápido que podia ser o frio em carne e alma.

E se isso fosse verão seria o mais quente. Seria o mais longo, um verão eterno. Mas talvez fosse primavera, inverno... Não, inverno não. Seria apenas quente e humano. Humano como o sentimento que ela tinha, tem.

domingo, 23 de maio de 2010

Meio bom.

Eu não tenho meio termo.

É tudo de verdade, completo. Ou nada.

Se for pela metade...

Melhor nem vir.

Não

Tenho

Saco pra meias palavras. Um pouco, um pedaço.

Tem que ser muito até enjoar, com vontade, fome.

Tipo sono,

Daqueles que bate e a gente corre pra cama.

Dorme gostoso.

Tem que ser assim, confortável e pra valer.

Pela metade já tem muito por ai

Quase fiz, quase cheguei, quase, um pouco...

Isso não cansa, não enjoa e fica, fica, fica...

Fica até perder a conta.

E perder a conta não conta,

Prefiro perder o fôlego.

E nessa de meias coisas

No final das contas, pela metade fico eu.

E já disse: nada pela metade me agrada.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Sim, as minhas mãos ainda tremem. Mas é só chegar perto. Eu ouvi falar e já fica tudo congelado. E as minhas mãos tremem. Posso jurar que se tocasse o chão o mundo ia tremer. É tudo tão estranho... O cheiro é o mesmo, o sabor provavelmente é ainda o que era. E Eu suo fazendo força para parar de tremer. Sou capaz, bem capaz, de enfiar a s unhas carne a dentro pra controlar.
E as minhas mãos ainda não pararam de tremer, tremer e suar.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Panis Et Circenses

Eu quis cantar
Minha canção iluminada de sol
Soltei os panos sobre os mastros no ar
Soltei os tigres e os leões nos quintais
Mas as pessoas na sala de jantar
São ocupadas em nascer e morrer
Mandei fazer
De puro aço luminoso um punhal
Para matar o meu amor e matei
Às cinco horas na avenida central
Mas as pessoas na sala de jantar
São ocupadas em nascer e morrer
Mandei plantar
Folhas de sonho no jardim do solar
As folhas sabem procurar pelo sol
E as raízes procurar, procurar
Mas as pessoas na sala de jantar
Essas pessoas na sala de jantar
São as pessoas da sala de jantar
Mas as pessoas na sala de jantar
São ocupadas em nascer e morrer

Panis Et Circenses - Os Mutantes

terça-feira, 4 de maio de 2010

Assim.

Queria ter inspiração. Ser poeta, talvez. Para saber por em palavras tudo o que eu sinto por você... Com você.
Mas só sei sentir, sentir e sentir.
Algum toque egoísta dentro de mim. Inconsciente, mas real. E de tanto...
Esqueço como se fala.
Tudo parece engraçado.
O mundo é mais bonito
Tudo é cheio de luz... Lindo, colorido.
Mas isso é quando eu to com você. Então você se vai, vai embora... Daí
Eu lembro de falar (de você).
Tudo é preto e branco nada mais é colorido.
Não tem graça, não.
E é assim sempre... Um dia você vem, no outro já vai.
Mas o que importa é que você sempre, sempre volta.
E durante a espera...
Ah como eu queria ser poeta.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

texto 1

Então hoje eu lembrei...
Do cheiro, do gosto, do tato
Até ontem tudo ainda era o quadro
Quadrado, pintura, estático
Hoje, hoje tomou vida.
Vida tem cheiro, cor, movimento.
Algum sentido. Sentimento.
Cheiro de corpo, suor e cigarro
Cheiro de gente... Da gente.

Hoje eu lembrei como se fosse agora.

Sem pedir...
O toque veio entrando pela pele.
Na lembrança.

O cheiro invadiu o meu nariz.
Na memória.

O sentimento pulsando dentro de mim.
Como se fosse agora.

E hoje eu lembrei, mas pude ate sentir
E cada dia mais perto do real do passado que foi.

Mas ainda dá pra sentir...

sábado, 24 de abril de 2010

Plano B.


Não é desistir, e mudar de foco. Pelo menos, é assim que eu chamo. Talvez para alguns seja desisti, mas no meu mundo desistir é algo bem diferente. Pois bem.

Desistiu aquele que olhou para o espelho e disse: Eu não posso. Fracasso, desanimado. Desistir é triste, dói, magoa, traumatiza... Não é um bom sentimento. Te deixa pela metade, sem rumo, sem vontades... Vazio. Abrir a mão e deixar o vento levar, chorar. Tudo fica feio, chato, sem sal.

Para aqueles que mudam de foco. Primeiro que para mudar de foco, sempre há um segundo plano. Outra opção, um caminho alternativo. Mudar de foco é revigorante, e emocionante te deixa entusiasmado. É uma pequena dose de dopamina no corpo e sem esquecer que também vem com aquela adrenalina de algo um tanto quanto novo. Mudar de foco entusiasma, é feliz. Bem diferente de desistir.

Quando se abre mão de alguma coisa por outra não é jogar para o alto, anos de caminhada pra nada. Apenas guardou numa gaveta da memória um tempo bom. Se você desisti... Já é bem diferente.

E não desisti, só mudei de foco. Consciente, feliz e tranqüila.


 

Texto pro Caio nada Santos.  hahah


quinta-feira, 8 de abril de 2010

Difícil...



Você tem um sonho? Um sonho bonito que te faz acordar todos os dias; que te dá orgulho de dizer 'é isso sou eu'; que te inspira... Você tem um? Dever ter, eu sei que têm, todos tem (ou pelo menos deveriam ter). Pois bem, eu tenho um sonho. Já era de se imaginar. Um sonho bonito, bonito mesmo. Não é uma coisa que vem desde a minha infância colorida e serelepe. É uma coisa mais forte que veio quando eu já entendia o que era querer alguma coisa. Talvez um pouco tarde, um pouco fora de hora. Mas eu tinha que correr atrás. Mas o que de fato acontece quando a gente começa a correr atrás do que se quer por vezes a gente vai por caminhos errados; entra na porta errada, desvia o caminho. Mas uma hora... Ah, uma hora a gente a certa o caminho. Mas o difícil é lidar com o fato de esta hora já ser um pouco tarde pra quem perdeu a hora de começar. Mas isso nem importa mais, perdeu a hora? A gente corre mais um pouco. É o de menos... 
Dançar é lindo, lindo demais. Você se 'solta' põe para fora o sentimento que a musica transmite pelo seu corpo. Conta uma história através de movimentos é arte, arte do corpo, do sentimento da força e leveza. É lindo, lindo, lindo, lindo... OU NÃO! 
Porque é lindo quando se tem as linhas prontas pra isso; é lindo quando você nasceu pra ser bailarina; é lindo quando a cobrança da perfeição não ultrapassa a arte. Só assim é lindo, se não for assim... É feio, é triste. é um mundo feroz, qualquer coisa fora do lugar te põe pra trás, te devora como um cardume de piranhas ferozes. 
Mas lembram... É o meu sonho, eu não desisti nenhuma vez até hoje, não é agora que eu vou deixar passar. E essa frase foi dita mil vezes da minha boca por diversos motivos repetitivos. Mas que eu de teimosa caio sempre e sempre no mesmo erro. O que me faz ter a sensação de ver todos correr a maratona enquanto eu me mato numa esteira ergométrica. Tentando alcançar a chegada, mas sem me mover um centímetro do meu lugar. Os sonhos podem virar pesadelos... E o meu, o meu ta assim agora. Não fui tocada pela fada da dança quando eu nasci não... Mesmo, não nasci para ser bailarina... Eu talvez apenas mais uma vez correndo atrás daquilo que não é pra mim. E deixando de lado aquilo que me faz bem. Mas o meu sonho, embora não muito antigo, é O MEU SONHO e não sou obrigada a desistir dele. E não importa quem fale. Por mais difícil que seja eu continuo. Não por outros, mas por mim. Pra me satisfazer e dizer: Pronto, consegui!




Não gosto muito de falar de mim, mas hoje tava doendo demais.

domingo, 4 de abril de 2010

Pergunta.

Por que parece fácil?

Parece fácil porque quando a gente vai pra rua quer deixar tudo pra trás. Porque quer tudo mais fácil, não quer ser desagradável. Não, não quer. Ninguém quer ser desagradável, ninguém escolhe isso. Quer chegar na rua e sorrir, sorrir e deixar os problemas tá no comecinho. Quer fazer todo mundo sorrir sem se preocupar com nada. E quando faz isso torna bem mais fácil, o que parece difícil. Embora seja só por um momento, todos sabem... Sempre parece mais fácil. Guardar tudo de chato numa sacola opaca e sorrir na frente de todo mundo na rua e fazer de conta que os problemas só são dos outros. Por isso parece fácil. Por faces divertidas em frente as outras. Sim... Parece fácil. Porque todos sorriem com você e estão ao seu lado e ouvindo tudo o que você tem a dizer. Porque todos estampam sorrisos carimbados nas ruas todos os dias e se diz "não, não sou obrigado". Porque tudo parece agradável. Porque sorrimos na rua, parece fácil.

Por que É difícil?

É difícil porque embora você vá para as ruas sorrir com os outros, só você sabe o quanto ta doendo dentro. Por que embora te digam "vem, eu te escuto o que há com você?" no final todos sabem que não são obrigados. E no fundo todo mundo sabe que é chato não estar bem. Porque é mais fácil ficar com tudo certo do que ser um estorvo problemático. Porque todos, absolutamente todos tem alguma coisa guardada naquela sacola opaca e não quer mostrar pra ninguém. Talvez com um medo se for um desagradável e fazer as coisas escaparem pelas mãos. Porque quando se quer agradar e for agradável, a gente põe os nossos problemas para trás e encara tudo sorrindo com um aperto no coração. Porque guarda tudo do lado de dentro de casa e, não importa como esteja lá fora, a gente nunca quer parecer um problema e sim uma multidão de pessoas felizes. E principalmente é difícil, porque não superamos as coisas, apenas queremos fazê-las parecerem mais fáceis.

terça-feira, 30 de março de 2010

Mário de Sá-Carneiro

Sá-Carneiro. Poéta portugês, gordinho... Mais um atormentado pela morte. Mais um grande escritor, embora cedo se foi, por vontade própria porvando de vez o seu maior tormento. Aos 27 anos de idade vestiu-se com roupa de gala e se matou. Tudo isso só para por aqui um pouquinho da obra dele. Eu o li/ouvi pela primeira vez, faz bastante tempo e na voz de Adrana Calcanhotto, cantando um poema seu 'O outro'. Depois foi procurando que eu fiquei fã do rapaz. Foi dificil escolher apenas duas obras dele.

7
Eu não sou eu nem sou o outro,
Sou qualquer coisa de intermédio:
Pilar da ponte de tédio 

Que vai de mim para o Outro.







 Como eu não possuo  

Olho em volta de mim. Todos possuem ---
Um afecto, um sorriso ou um abraço.
Só para mim as ânsias se diluem
E não possuo mesmo quando enlaço.

Roça por mim, em longe, a teoria
Dos espasmos golfados ruivamente;
São êxtases da cor que eu fremiria,
Mas a minhalma pára e não os sente!

Quero sentir. Não sei... perco-me todo...
Não posso afeiçoar-me nem ser eu:
Falta-me egoísmo para ascender ao céu,
Falta-me unção pra me afundar no lodo.

Não sou amigo de ninguém. Pra o ser
Forçoso me era antes possuir
Quem eu estimasse --- ou homem ou mulher,
E eu não logro nunca possuir!...

Castrado de alma e sem saber fixar-me,
Tarde a tarde na minha dor me afundo...
Serei um emigrado doutro mundo
Que nem na minha dor posso encontrar-me?...

Como eu desejo a que ali vai na rua,
Tão ágil, tão agreste, tão de amor...
Como eu quisera emaranhá-la nua,
Bebê-la em espasmos de harmonia e cor!...

Desejo errado... Se a tivera um dia,
Toda sem véus, a carne estilizada
Sob o meu corpo arfando transbordada,
Nem mesmo assim --- ó ânsia! --- eu a teria...

Eu vibraria só agonizante
Sobre o seu corpo de êxtases doirados,
Se fosse aqueles seios transtornados,
Se fosse aquele sexo aglutinante...

De embate ao meu amor todo me ruo,
E vejo-me em destroço até vencendo:
É que eu teria só, sentindo e sendo
Aquilo que estrebucho e não possuo. 





Não costumo fazer isso, mas como eu to sem tempo. Eu deixo aqui um pouco do que eu gosto. Pormeti não abandonar mais o blog. Pronto!

domingo, 28 de março de 2010

Ahá!

Tá na metade a nova novela do blog. eu sei que eu deixei o blog meio a Deus dará, mas agora eu voltei. Volei com vontade. Não vou mais abandonar, nem deixar os meus visitantes falando com as paredes.

bzus zenti

terça-feira, 23 de março de 2010

Não te agrada

Mas na essência, nada é igual. Nem os frascos do mesmo perfume, nas peles diferentes eles vão mudar. Nem os gêmeos, os olhos não são os mesmo. Nada é igual. Por mais que achemos que tudo possa ser igual, não é. Do que importa a superficialidade, no fundo, o que importa... Isso muda.

Mas o que mais importa o que tem estampado na face ou o que está escondido sob as roupas, a pele, por dentro?

O que querermos das pessoas? O que agrada ou a verdade? Teremos com a verdade então, uma vida mais feliz ao lado das pessoas? Seremos então mais amigos por sabermos a verdade ou apenas o afastaremos disto e teremos amigos novos, novas companhias, novos lugares?

Difícil escolher, aceitar como todos são. Os opostos se atraem mesmo? Saberemos lidar com todas as diferenças que estão ao redor com tanta facilidade assim, ou somos egoístas demais por pensar que somente o que é diferente em nós tem de ser aceito?

Você não gosta das minhas roupas; eu não gosto das suas músicas. Mas e a essência nossa? Muda? São tão diferentes assim que causa choques impossibilitando-nos de ficar próximos?

Perdão, eu não posso mudar o que há dentro de mim. Não são músicas, lugares, roupas e todo o resto superficial que vão mudar o que eu penso e o que você pensa.

Por mais parecidos que sejamos nossa essência não combina hilário. Somos tão iguais. Mas infelizmente o meu cheiro não te agrada.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Morrer.

Hoje eu pensava como será morrer. Quantas pessoas vão sentir minha falta? O que vai mudar no mundo se eu não estiver aqui? Como será o outro lado? Pra onde eu vou? Existe céu e inferno? Eu fui boa o suficiente pra ir pra um lugar bom? Eu já estou livre pra poder ir, ou será que eu vou ficar vagando pela terra dos vivos até um recomeço?

Foram muitas perguntas, mas como será morrer? Morrer dói? Não digo da dor física, mas alguma coisa "extra matéria". Alma sente dor? Sente alguma coisa deixada para trás? Como será morrer?

Filósofos disseram que antes de sermos corpo matéria antes de sermos 'vivos', por assim dizer, somos almas presas em estrelas e quando chegamos aqui o choque é tão grande que deixamos algumas coisas para trás. Se morrer voltaria para a estrela e recuperaria tudo o que perdi?

Quem choraria e quem fingiria, quem ia mesmo sentir a minha falta? Mãe, pai? Quem mais? Preciso de mais alguém? Talvez ficasse atormentada por não ser amada e não ser lembrada. Será que ficaria bem sabendo que há alguém que sente absurdamente minha fatal. Ou será que morreria triste e de desgosto por não ter ninguém com o coração apertado por mim?

São muitas dúvidas, muitos já pensaram assim e se perguntaram também. Será que é loucura, de nossa parte? Morrer é simples, difícil seria responder as minhas perguntas.

quinta-feira, 11 de março de 2010

Cheguei à seguinte conclusão: sou apaixonada.

Não digo exatamente por alguém, ou uma espécie certa, mas por tudo. Daquela que gosta de se apaixonar, até de estar meio feriada também. Letras, músicas, sons, lugares, coisas. Com alguma coisa que vai lembrar alguém.

Que se sente incompleta de coração vazio. Meio fora de prumo. Embora que quando o encha fique mais fora de prumo ainda. Sem fome. Sem sede. Sem muitas vontades; mil sonhos e borboletinhas no estomago.

Um ser apaixonado, como estado constante, não precisa, exatamente, de alguém especial. Qualquer um já pode ser especial. E essa é a parte mais bonita, e a mais dolorida. Porque quando qualquer um pode ser UM, a coisa não tem muito controle de qualidade.

Mas, no final das contas, ser apaixonada é coisa de poeta de coração mole.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

remendado

Era um coração forte e resistente. Mas claro que com o uso ele já tivera algumas marquinhas do tempo, nada que de longe não se disfarce. Batia em ritmo acelerado e com muita energia e vontade de tudo. Já não tinha medo de riscos. Sempre achava que qualquer pessoa seria digna de ocupá-lo. Embora que, para tanto, precisava provar.

Mesmo com as aparências ele era calmo, um coração tranqüilo. Sem muito que se preocupar, não fazia mal a ninguém. Mas era meio bobão. Qualquer prova já era prova o suficiente. E lá o coração se abria ficava todo feliz deixando o caminho livre para quem quisesse entrar

E entrava e saia gente. Quando entrava ocupava um espaço. Alguns saiam e deixavam marcas, marcas bonitas até. Outros, se não fosse a memória, jamais saberíamos de sua passagem.

E deixava , quando merecedores, instalarem-se sem medir espaço. Podia ocupar ele todinho, ou só uma lasca.

Pois bem... Mais uma vez o coraçãozinho deu espaço. Vou ocupado como quem não quer nada e por fora nem se notava. Mas quem o viu o estrago por dentro logo pensava: Iiih, as estruturas estão fracas!

Dito e feito. O ocupante abriu tanto espaço no coraçãozinho que, no final das contas fez um estrago. Era pedacinho de coração pra tudo que era canto. Não sabia por onde começar.

Ah... E o pobrezinho do coração que era tão forte e resistente. Como ficara tão exposto? Nem ele sabia o que dizer. Por fora, nem ele imaginava que estaria assim. E o coração tava se chorando em todos os pedaços.

Era tão triste de se ver. E os outros ocupantes estavam lá, sem teto e preocupados com o seu lar. Nunca o viram tão sensível. E logo ele que estes tempos ficara bastante feliz.

O coraçãozinho se lembrava dos dias em que era inteiro, somente com suas marquinhas. Agora era só caco. Um pedaço com cada ocupante e um ali no meio jogado pelo chão.

E vendo o coraçãozinho como tava e sabendo que aquele pedaço sem dono presente ia ficar pelo meio do caminho os ocupantes resolveram ajudar o coração. Reconstruiriam o seu lar como puderam. Cola daqui, amarra da li.

Agora ele tava montado. Os ocupantes logo foram para seus lugares. E de dentro via-se apenas um aconchegante lar dentro do coraçãozinho remontado. Tudo em cima de um pedaço abandonado. Mas isto era de dentro.

Agora de fora se via um coraçãozinho batendo cada dia mais rápido se aos poucos mais animado. Agora ele parecia um bichinho estranho. Forte e resistente talvez ele não fosse mais, afinal agora era todo remendado, fazendo um barulhinho aqui e ali, por falta de algumas pecinhas. Mas sabe, isso dava ate um charme a este coraçãozinho remendado. Forte e

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Entre dois.

Entre mocinhos e vilões não se sabe dizer o que é verdade e mentira. Entre idas e vindas, as verdades são distintas. Os sentimentos, para cada lado, são o mais forte e verdadeiro. Mas então, me diga, com absoluta sinceridade: Quem gosta mais?
O mocinho está cansado de esperar e o vilão não sabe mais por onde agir. Então vira o jogo, que se faz mocinho agora vilão vai ser. Mas a verdade é que não sabemos dizer, em absoluto, quem vai vencer.
É uma guerra, silenciosa, venenosa e arriscada. Sem dó, machuca, arde e mata. Chega e você só sente, não abre um verbo que seja. Quanto menos fala, mas se pensa, pensa muito até agir. Agir envenenada, diga-se de passagem. Metendo pés pelas mãos. Sem dó nem piedade. Quando se vê já não se sabe onde começa um e termina outro.
Vilões e mocinhos absolutamente juntos e misturados. Enterrados de culpas e dores, envenenados pelo mesmo monstro verde que, sem dó, ataca até os mais tranqüilos dos personagens. Que, quem diria, parecia poder apensa por para fora cheiros de perfumes de rosas campestres.
Quem ganha? E quem perde? É possível dizer? Talvez aquele que ficou tenha perdido e quem foi, ganhou. É relativo, às vezes, ter um doce nas mãos é um propósito para dor de barriga futura e não distante. Ficar com as mãos abanando, portanto pode ser sinônimo de liberdade, felicidade. E vilões e mocinhos, quem são agora?
Vilão aquele que envenena, e engana e pensa em todos os passos, deveras cego, cego de amores tanto quanto (ou mais) que os mocinhos. Embora amante, não sabe como fazer.
Já os mocinhos, amam de um jeito primaveril sem tempestades demais e, sendo assim, conseguem ver melhor o que vem, por isso não erram tanto assim...
Embora uma coisa não seja clara. E é importante que ficasse. Vilões e mocinhos são, um só, que só se mostram quando acham confortáveis. E talvez nem precisem do segundo para ser um e outro. São dois num só.
Todos vilões da história alheia e mocinhos de sua própria.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Lirismo floral.


  Havia três flores neste momento. Uma branca, uma lilás e uma vermelha. Embora em tom de pureza a branca não era assim. Tinha um ar frágil, mas não era de tanta fragilidade assim. Comia bichos e coisas pequenas, era boa, mas tinha o seu mal. A lilás chegara pelos ares, embora ares parecessem bonito para chegada, o modo não aparenta tanta beleza assim. Fora jogada de um de um pássaro que não gostava de sementes ruins. Deu uma flor que embora a beleza não tivesse sido tocada nem danificada, talvez o interior dela tivesse sofrido irreparáveis danos. Ainda tinha uma vermelha, de fato que a via não tinha medo de feri-la não parecia ter fragilidade, mas mesmo com aparência forte a flor vermelha mais parecia um fio de água escorrendo de um galho, fino, constante e delicado.

Mas ás três flores havia uma abelha. Abelha esta que não pensa direito. Sua vontade era levar o que fosse preciso. A abelha, como instinto, aproximou-se da que mais aparecia. A flor vermelha cedeu-lhe de tudo que era preciso. Das outras duas, uma nem se mexeu; a outra fez de tantas coisas que até punir a abelha fez. Achava feio, muito feio o que fora feito com a flor. Mas como chegava assim e sugava de tudo que precisava sem importar-se com o que restava da flor. A abelha achara forte, e não havia tanto o que se preocupar. No entanto a outra flor lhe disse que esta a qual a abelha tirava-lhe as forças era frágil demais e não tinha por onde nem como ficar sem a presença da abelha, já que ela havia tirado-lhe tudo.

Sendo os esforços da flor lilás tocantes a flor vermelha sentiu-se triste, e sem graça. Não gostava que lhe despissem assim. Não era um ser sem energias próprias, fazia aqui por bem e não tinha problemas. Logo mais estaria recuperada e tão o mais forte que antes. Mas de alguma forma o estrago já havia sido feio.

A abelha, ouvindo os conselhos da flor lilás, deixou a vermelha em paz. Nem mesmo queria ficar tão próxima dela, com certo medo de feri-la demais. Embora ela soubesse que isso deixaria fraca e sem vida. Também não fez questão de esperar pela vinda da abelha mais uma vez. Olhava apenas e observava, sabia que não era mais o motivo e que não se enganava, sabia o motivo de a abelha rondar tanto o espaço. E já não era mais ela.

Para o não de seu espanto viu que agora a abelha vinha, discretamente, aproximando-se daquela flor forte de aparência frágil. Ela já estava com algum receio de aproximar-se, pois ao se aproximar de uma que julgava forte, disseram-lhe ser frágil, imagina a que lhe aparecia frágil. Mas para o seu engano era forte, forte demais... Embora tivesse suas fraquezas.

A flor lilás era fruto de uma semente ruim, e tivera suas conseqüências. Tinha um veneno que era de curta duração, mas era lançado com facilidade. Como já era de se esperar a flor branca, só parecia frágil e sabia de alguma forma que a flor lilás não era de todo o bem. E que estava por perto, mas sabia que tinha alguns problemas. Deixava-a falar, mas logo lhe fechava o caminho.

A flor lias tivera muita calma para entender a branca. Observava e aos poucos percebeu que embora ela dividisse a abelha com ela a branca não aceitava muitas aproximações. De fato ela tinha seus limites, e este foi o problema. A lilás era arisca sabia notar isso. E levou a flor branca ao definiu. Usando de seus próprios defeitos para destruí-la silenciosamente.

Pobre flor branca, não tinha forças estava sucumbida de seus tormentos.

A flor vermelha queria de alguma forma entender. O motivo a qual levava a flor lilás a ser assim. Mas entendia que bondade não era o lema principal dela e que com certeza havia algo mais.

Tempos se passaram e aquele pássaro que jogara fora aquela semente ali, voou por lá e viu. Uma borbolea que passava casualmente também e uns outros bichos viram que fizera aquela semente por ali. Como ele imaginaria que, de alguma forma, tivesse  uma semente nociva perto de outras flores sem culpa e uma abelha sem juízo próprio.

Desceu. Primeiro, pensou em pedir desculpa a flor branca que agora mostrara uma cor cinza-estargado. Mas vira logo e fácil que esta não era a pior. Embora aparentemente ruim, ela ainda tinha forças, muitas forças.

Olhou e viu a flor vermelha, foi em sua direção e ela o reconheceu. Sabia que era o culpado de alguma forma, mas que a culpa fora apenas um descuido. Então sem muito que falarem eles logo entenderam o grande problema. O passarinho, o que. E a flor, o por que.

A vermelha já imaginava que aquela semente a qual tivera saído a flor tivera algum problema. E o passarinho, já acompanhado de tantos outros - borboletas e outros bichos - que testemunharam a semente sabiam que ela não era normal. Tinha o interior envenenado e que não sabia muito bem porque fazia isso. Mas também  até onde isso era inconsciente ou de vontade própria. Todos eles tinham um mesmo pensamento, mas porém sem jamais julgar. Embora entender também não fosse o caso.

O passarinho se preocupara com a abelha, sabia que era perigoso. A abelha tão pequena e sem juízo se aproximando de uma flor tão enganosa. Mas fora tarde a abelha já não dava atenção a mais ninguém o veneno já lhe entrara. Embora tivessem esperado que o efeito passasse a flor não lhe dava espaço para estar por perto da abelha. E sempre e sempre lhe envenenando todos os dias.

E assim, tristes e culpados. Um por trazer e a outra por não poder fazer nada ficaram assistindo, sem outra opção, ao definiu da abelha envenenada por uma flor de semente estragada. E a flor entendeu que nem de tudo que se parece tão bem, de todo bem há de ser. Embora de alguma forma já soubesse disto.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010


 

Vou fazer uma espécie de pacto com o destino. Eterno, por conta das próximas encarnações para não ter problema. Disseram-me que ele é sacana. Embora eu ache que ele seja um belo de um humorista. Mas uma não descarta a outra.

Se fosse uma pessoa a imagem do destino que vem a minha cabeça é um cara sentado numa cadeira digna de lordes; com roupão escuro e cheio de pompa; rindo, rindo das suas sacanices com os outros.

Mas fora isto ele na faz por mal, talvez seja até culpa nossa por, de alguma formar, insistir em por a culpa nele. Daí que ele cansou-se disto e resolveu brincar.

Mas deixando as divagações acerca da 'personalidade' do destino. Eu digo que desta vez ele foi esperto. Pegou-me direitinho... E de surpresa. Vou procurar este sacana, para fazer esse pacto. Eu não o culpo e ele não me assusta.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

somente

Eu só queria mais uma vez aceitar. Aprender a me gostar.

Gostar um pouco mais de mim do que fui capaz de te gostar. Querer um pouco mais a mim do que eu já te quis.

Não sei bem o porquê, nem por onde, nem quando... Só queria poder. Sei que não é possível voltar. O tempo passa, o nosso passou e você perdeu. E eu apenas acelerei o relógio.

Bons são os que sabem ficar bem mesmo com as marcas que ficaram de um tempo que passou. Ser feliz e mesmo assim lembrar, é para poucos, é para sábios.

Não sou sábio, mas vou aprender.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Eu voltarei...

 Assim vinda do caos numa dessas bem cinematográficas.

prometo e logo.

domingo, 10 de janeiro de 2010

Eu não queria assumir, mas ainda sou... Sou, sou completamente apaixonada por você.

Eu sei que já seguimos caminhos diferentes, que já passou o tempo. Mas desde que acabou eu só passei o tempo tentando suprir o que me faltou.

Eu sei que vai parecer piegas, também, mas eu tentei encontrar um pouco de você em cada coisa que fiz. Passei um tempo ressentida, depois passou. Também tentei apagar tudo, mas não funcionou. Relevei e levei a vida, até hoje.

Conheci mil pessoas, tive vários casos, uns sérios, outros nem tanto... Até me apaixonei de novo. Mas nada foi igual. Decidi que não ficaria pensando muito no passado e não tentaria por um pouco de ti em cada um, mas não deu.

Ainda sou apaixonada por você. De um jeito que jamais pensei que pudesse ser. Acho que foi alguma praga que jogaram pra mim, assim. De tanto me vangloriar por jamais me apaixonar.

Já se passou um bom tempo e o que parecia apagado continuou sombreando todas as palavras na folha.

E agora, hoje, você... Aqui do meu lado dizendo que agora sabe o que eu sinto é mais importante pra você do que podia imaginar é como dançar nas nuvens e te beijar é mais que apenas beijar e como fazer um novo dia raiar.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Remoto.

É numa hora dessas que eu me sinto um tanto incapaz. Digamos... Meio que fora do meu controle. Não sei como por em ordem, ou por em ajuste, ou sei lá... Fazer como tenho vontade.

Queria poder ter um controle sobre isso. Na verdade se pudesse ter um pedido apenas, seria o de ter esse controle.

E aparece assim, quando tudo parece estar no lugar. Quando há brisa, quando não bem nada fora do eixo... Lá vem de novo e tira tudo do lugar como um vendaval.

Pois então... Queria poder ter o poder de ter controle sobre o que eu sinto. Apertar um botão e mudar de canal; mudar de pessoas; mudar a freqüência do sentimento. Pra poder me livrar desse filme repetido que insiste em não querer sair de cartaz.