E chegou mais que na hora de dizer... Adeus. Sim, adeus. É duro, dói... Muito. Alguma coisa grita aqui dentro pra dizer “até logo”, mas não posso. Luto com grande parte das minhas forças. Fiquei calada para evitar isso. Mas não dá.
Eu sei que eu vou sentir falta. Vou sentir falta das risadas em volta da mesa, dos carinhos, dos dias, das piadas, da tua voz e do teu cheiro. Talvez... Talvez que nada, estes dois vão fazer uma falta, mas tanta falta que não sei medir. Mas eu vou saber dizer adeus. Eu sei que vou ter que saber.
Andei pensando que não gosto de nada pela metade, nem sentimentos, nem histórias, nem meus pães. Então se não é inteiro, prefiro não me torturar mais em ter de vê-los pela metade. Metade é sem graça, não mata o gosto, não enche a barriga, não aquece o coração. Que, pobre coitado, passa frio e calor... E sofre coitado.
Talvez não faça por mim, ora, claro que não é por mim. Sou fraca demais para preferir ser racional a ser sentimental e, pecaminosamente, entregar-me aos desejos absolutos da minha carne.Eu faço por meu coração que tá apertado faz tempo.
Pode até parecer forte, mas fortes são só as palavras que eu vou usar.
Digo isso porque, como dizia, é adeus e não até logo. Para um até logo eu usaria palavras doces e delicadas. Usaria muitas reticências. Mas, agora, é um adeus. Cheio de pontos finais e algumas pequenas metáforas para não fugir a regra.
Adeus! Adeus aos dias, as lembranças, as piadas, risadas, carinhos, cheiros. Embora eu saiba e bem que esse vai me boicotar. Mas mesmo assim, adeus.
Até mais, não vou ter nunca. Não quero nunca mais.
Adeus, adeus. Sem nós, sem histórias. Sem ferir, sem cair, sem me trair. Adeus, eu digo, para ser melhor que mais ou menos.
Adeus, adeus para... Para não ficar pela metade. O que não pode ser inteiro é melhor não ser. Vou sentir falta, sei bem, melhor assim do que um frango de padaria admirado por um cachorro faminto. Afinal, um dia ele comerá ração. Parece pior, mas para ele, com certeza, será melhor.
Adeus. Doeu, mas vai passar.
Adeus.
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