segunda-feira, 18 de abril de 2011

des... preocupar


E sentiu tanta raiva de si. Uma angustia sem tamanho. Uma coisa que chama de arrependimento. O sentimento mais inútil do mundo. Não muda nada e não ajuda em nada. Pra que? Por quê? Sem resposta alguma, uma retórica do destino...
Sentia-se suja, constrangida, fraca, tola, patética. E mesmo prometendo durante todas as noites que o dia seguinte seria diferente... Terminava o dia lembrando que todas as noites eram iguais. O que faria mudar?
Os relógios não andam para trás, as musicas não cantam de trás para diante e as histórias não começam dos “felizes para sempre”.
Dormiu...
Durantes esses novos dias pensava em maneira de levar as coisas de modo diferente. Sem cair nas auto-emboscadas que armava todos os dias em combinação com o destino. E ocupou-se. Tanto e por tanto tempo que se esqueceu de preocupar-se.
Agora despreocupada vivera sem arrependimentos.

terça-feira, 12 de abril de 2011

cantos e desencantos.


E eu já pouco me importo se as suas unhas estão roídas de tanta raiva.
Não me queixo se não falas.
E tampouco me pergunto o motivo.
Não me dou ao trabalho de ter pena.
Nem fico pensando se valia à pena.
Importa mais o que os olhos do espelho me falam do que se os teus não me enxergam.
Não ligo, nem me irrito.
Continuo andando e cantando canções de amores e desamores.
Assim como os meus...
Assim como os teus.
Não ligo,
mas finjo que ligo pra me divertir em momentos vazios.
E me divirto quando acreditam.
Mas talvez eu ligue e finja que não apenas para me divertir
enganando a mim...
E não importa as ordens das palavras
Continuo a cantar musicas de amores,
assim como tu.
Mas o que importa mesmo é saber que sabemos cantar
Embora eu tenda a desencantar facilmente com atos tão infantis.

domingo, 3 de abril de 2011

Carta - até amanhã.


Ler ao som de Kiss me - Sixpence None the Richer

Qualquer lugar da estrada,  abril de 2011.

Oi!
É... Eu sei, faz tempo. Mas eu não resisti. Não desta vez. Mas é que ontem eu peguei a estrada e resolvi ouvir as velhas musicas para passar o tempo. Malditas músicas! Talvez você não se lembre de nenhuma em especial. Mas eu lembro. E... Nossa! Eram tantas coisas!Uma delas foi você... Então, como vai a sua vida? Feliz? Tem feito muita coisa? E o coração? Até a última vez que eu lembro ele tava batendo numa confusão de ritmos. Já se encontrou?
Ainda estou pela estrada, parei, hoje, aqui num lugar qualquer pra olhar o sol se por. Sol se pondo é uma coisa bonita. Dá uma paz. É... Eu realmente preciso de pouca coisa pra ser feliz: um amor e um cafuné. E o pôr-do-sol é só um detalhe de cenário uma hora dessas. Mas hoje ele tá de tema central. Acho que você ia gostar de ver.  Eu sentei aqui no capô do carro e não resisti. Algum lugar que tem cheiro de jasmim. Talvez seja uma fazenda, tem um pasto grande que parece que nunca vai acabar. Mas pra lá do lado direito têm árvores lindas.
Que saber... Vou te contar como ele tá acontecendo...
Agora, ainda agora, ele ainda se mantinha num ponto alto. Onde se podia vê-lo por completo e ainda ficava um fio e horizonte ele, o Sol, e a superfície. Eu parei o carro, ascendi um cigarro. Antes que pudesse me arrepender puxei o caderno de dentro da bolsa e comecei a escrever.
Então... O Sol. Ele já não aparece por completo. O que fez lembrar o pequeno príncipe, sabe. Queria poder ficar andando com um baquinho para trás e ficar olhando mil pores-do-sol. Talvez este seja um final de dia como qualquer outro. Mas a música completou o que faltava para aguçar todos os sentidos. Queria tirar os óculos escuros e olhar sem barreiras pro que eu via, mas não dava. Deixaria de ver assim. Queria tirar uma foto e te mandar. Mas as fotos não vão mostrar o que eu quero que você veja. Tem um vento gostoso que bate devagar na gente. Ele trás um cheirinho de plantas que, de tantas, não sei diferenciar. Mas eu sei que tem jasmim. 
Talvez o gosto do cigarro não seja o melhor, mas ele faz lembrar muitas coisas. Assim como a música que eu já perdi a conta de quantas vezes ela tocou.
Mas agora em especial, ela me arrepiou. Parece que o senhor responsável pelo espetáculo quis dar o ápice do show agora: O sol tocou mais fundo a terra. Agora ele é só a metade na minha linha de visão. O que me fez lembrar quando era criança e desenhava o Sol se pondo pela metade, pois meus círculos eram um desastre. Fazia isso para não acabar com a poesia da coisa.
Falei pra você que também há um lago? Aposto que não. O descobri agora. Ele tá refletindo o Sol. Que jogou a luz no fecho da minha bolsa e bateu nos meus olhos. Perdi os sentidos por um segundo e pensei ter visto alguém. Mas não era. Eram só reflexos.
Você precisava ver comigo como o sol vai lindo. O que eu acho ironia do destino nos fazer acreditar que alguma coisa vai embora de forma tão bonita.
Mas pensando bem. Talvez tudo isso seja uma dica do destino. Porque, meu bem, o Sol não vai embora, nunca! Ele apenas descansa e dá o ar da graça em outros lugares. Mas amanhã. Ah! Amanhã ele está de volta. Dalí, da onde nunca parecia precisaria ter saído. Então, ele vai voltar.
Pois, mesmo tendo a lua como prêmio de consolação. Nós sabemos que ela não é tão grande e não me esquenta a alma como o Sol. Como você.
E você deveria estar aqui comigo. Para encostar o seu ombro no meu, olharmos para o Sol e fazer mil planos que não serão fielmente seguidos e promessas divertidas.
Mas agora o sol já quase não aparece. Eu já vou descer daqui. E seguir em frente. Mas eu vou lembrar que amanhã o sol vai voltar e que você deveria estar aqui comigo. Mesmo assim, depois de tanto tempo. Mas sabe como é... Tem dias muito longos por ai. Mas logo, logo eles vão acabar.
Então te cuida, eu te amo! Beijos e até amanhã!