Vou confessar, hoje, agora, um amor estranho que eu tenho. O amor que eu tenho pelo completo oposto. Tenho os dois pés no chão e, se mais um tivesse, no mesmo lugar estaria. Não sonho, tenho apenas metas. Nada de muitas ilusões e fantasias. Gosto tanto da realidade que faço questão de colocá-la em questão mesmo nas divagações mais absurdas que a minha mente pode realizar.
Mas com esse conceito quadrado de vida afetou. Tudo começou com admiração. Passou por atração. Agora, acredito ser amor. Mas um amor de todos os tipos de amor. Não um tipo único e restrito. Amando das mais diversas formas e classificações existentes na mente de quem acredita nisso.
Acabei por amar àqueles que tendem a ser diferentes de mim. Os libertos, o que tem asas, daquelas imagináveis que vêm o mundo de forma diferente. Por trás de óculos curiosos que se apelidam de outras coisas, para, de forma audaciosa, ver o mundo.
Não consigo ver graça em colocar dois tijolos iguais, de comer dois doces repetidos, de ver o mesmo quadro duas vezes. Preciso do completo oposto, do gosto de contraste. Do preto no branco.
Preciso, preciso do oposto completo oposto. Do homem, da mulher. Do bruto e delicado. Do Canceriano e leonino. Do geminiano e taurino. Secos e molhados.
Aprendi a gostar de arco-íres por esses motivos. Que consegue transformas o mesmo dia cinzento, numa hora cheia de cores. Oposto, completo oposto.