sexta-feira, 8 de julho de 2011

em vão


Não quero amar por amar em vão. Viver de migalhas em forma de compaixão. Ter um pouco de amor quando se precisa de uma vida toda cheia deles. Embora quem doe compaixão aos apaixonados - loucos, insanos, descontrolados - tenha um nobre coração. Tenho pena dos que se aprisionam nessa armadilha.
Quem ama, assim, descontroladamente, como todos nós (iguais a mim, claro) amamos, sabem que somos seres completamente indefesos. Dominados por nossa vontade louca por pra fora esse bicho feroz. O que nos torna perigosos é a falta de controle sobre o que sentimos.
Lutar ou manter a fera adormecida? Não importa. Um dos dois é o pior. O pior é tentar controlar. Por pra fora o que quer dormir. Adormecer uma fera em fúria. Pois é assim que se sente o amor quando não pode agir. Uma fera em fúria.
Nem é de todo o mal quando pode ser quem ele quer ser de verdade.
Mas a merda, meus caros, é conhecer apenas o lado ruim. Aquele lado incontrolável. Então fico com medo de que o lado bom seja tão descontrolado quanto o outro. E vire tudo uma bola de neve. E penso, seria assim, então amar em vão? Seria então o amor de verdade sem muitas historias e planos, de forma que nem sentimos?

Um comentário:

mergulhana disse...

"Pois é assim que se sente o amor quando não pode agir. Uma fera em fúria."
Antes ter essa fúria, que ser calmo até enjoar. Bom mesmo é poder extravasar a raiva, agir e então, amar.