sexta-feira, 27 de março de 2009

S, de Zé merenda.

Patrícia Poeta para o Fantástico: "Zé Merenda, um analfabeto que virou herói!"

Enquanto isso na sociedade dos heróis da humanidade...

- Zé Merenda, nós abriremos uma exceção para você. Afinal de contas você é analfabeto e a sua provável assinatura heróica não condiz com as normas gramaticais; infelizmente em algum lugar do mundo, alguma vez, alguém disse que heróis têm que saber ler e escrever e você não se enquadra, mas vamos ver o que podemos fazer por você, obrigado pela preferência.

(, rs.)

Se ler e escrever fossem pré-requisitos para alguma coisa e, se por acaso, isso significasse que a pessoa vai ser melhor ou pior que fulano... Ora veja só, grandes empresários seriam super-alguma coisa e salvariam o mundo, se por acaso fosse assim, metade de população seria bandido. Fico indignada com essa estupidez social!

O Zé Merenda não precisou saber que existe uma nova ordem ortográfica ou, se quer, da existência de alguma ordem antes, pois para ele ainda é tudo uma desordem de desenhos apelidados de letras. Mas ele sempre soube e sentiu que a fome era um grande problema e esta a falta de ordem desprivilegiou o povo dele, sendo assim, melhor que muita gente alfabetizada, que esta mais preocupada em ter mais dinheiros que os outros correspondentes lingüísticos*, ele pôs a mão na massa e foi atrás de ajudar e colaborar para com os seus próximos.

Como um grande herói, matou a fome, ou pelo menos grande parte dela, nas escolas do sertão. Mas talvez esperássemos que ele assinasse um grande "Z" na porta das escolas que ele alimenta.

Quem ele ajuda não se preocupa se ele sabe que Zé de José é com 'Z' ou 'S' o que importa é saber que ele sempre ajuda e faz de coração, senão de coração, mas muito consciente da necessidade. E o que importa é o que ele faz, Zé é um herói e ele ta pouco se lixando se a tranqüilidade que as crianças sentem sem a fome se escreve com ou sem o trema.

Viva o seu herói JoSé Merenda!


* Muitas pessoas são radicalmente a favor da Nova ordem ortográfica, pois com a unificação e modificações na lingua portuguesa o Brasil vai vender livros para países que só Portugual dominava a venda por motivo das variáveis do portugês brasileiro para o português europeu. Ou seja, todo mundo pensando no dinheiro, que nem vai chegar aos se bolsos.

terça-feira, 24 de março de 2009

Já pensou...


Bailarino sem pés, escritor sem mãos, pintor sem olhos, cantor sem voz, maestro sem ouvidos... E se misturar tudo num liquidificador tamanho gigante?

Maestros a dançar, bailarinos a escrever, escritores a cantar, cantores a pintar, pintores a maestrar.

Resolver o mundo assim é tão fácil. E se o único preço a pagar fosse a nossa palavra? Ao invés de vender, doar? O preço, já disse a palavra.

Quero o mundo assim. Agora, agora, agora!

Prontinho.

segunda-feira, 23 de março de 2009

Boca fechada.

Sabe a expressão "Estou sem palavras"?

Pois é eu sou o sentindo literal dela. Sem palavras, volto em 2012, reformada ortograficamente.


 

Um "pê esse" nesse post: Putz Grila! Quando as pessoas vão aprender a escrever? Prontofalei!


 

sexta-feira, 20 de março de 2009

E tudo mudou...

(L. F. Veríssimo.)

O rouge virou blush
O pó-de-arroz virou pó-compacto
O brilho virou gloss

O rímel virou máscara incolor
A Lycra virou stretch
Anabela virou plataforma
O corpete virou porta-seios
Que virou sutiã
Que virou lib
Que virou silicone

A peruca virou aplique, interlace, megahair, alongamento
A escova virou chapinha
"Problemas de moça" viraram TPM
Confete virou MM

A crise de nervos virou estresse
A chita virou viscose.
A purpurina virou gliter
A brilhantina virou mousse

Os halteres viraram bomba
A ergométrica virou spinning
A tanga virou fio dental
E o fio dental virou anti-séptico bucal

Ninguém mais vê...

Ping-Pong virou Babaloo
O a-la-carte virou self-service

A tristeza, depressão
O espaguete virou Miojo pronto
A paquera virou pegação
A gafieira virou dança de salão

O que era praça virou shopping
A areia virou ringue
A caneta virou teclado
O long play virou CD

A fita de vídeo é DVD
O CD já é MP3
É um filho onde éramos seis
O álbum de fotos agora é mostrado por email

O namoro agora é virtual
A cantada virou torpedo
E do "não" não se tem medo
O break virou street

O samba, pagode
O carnaval de rua virou Sapucaí
O folclore brasileiro, halloween
O piano agora é teclado, também

O forró de sanfona ficou eletrônico
Fortificante não é mais Biotônico
Bicicleta virou Bis
Polícia e ladrão virou counter strike

Folhetins são novelas de TV
Fauna e flora a desaparecer
Lobato virou Paulo Coelho
Caetano virou um chato

Chico sumiu da FM e TV
Baby se converteu
RPM desapareceu
Elis ressuscitou em Maria Rita?
Gal virou fênix
Raul e Renato,
Cássia e Cazuza,
Lennon e Elvis,
Todos anjos
Agora só tocam lira...

A AIDS virou gripe
A bala antes encontrada agora é perdida
A violência está coisa maldita!

A maconha é calmante
O professor é agora o facilitador
As lições já não importam mais
A guerra superou a paz
E a sociedade ficou incapaz...

... De tudo.

Inclusive de notar essas diferenças

quinta-feira, 19 de março de 2009

Daqui a, Daqui à.

Posso perder de histórias de terror, de lugares escuros, de barata e outro insetos de aparência asquerosa, mas tem um medo que não me deixa dormir. Que me faz pensar dias e dias nele sem descanso.

O medo do futuro. Saber que já caminhei bastante, mas hoje eu penso no amanhã. Pensar no amanhã, de fato, não é o mais assustador. O monstro é lembrar-me do passado e do que eu pensava e sonhava lá atrás e saber que muito disto ficou pra traz, ou simplesmente, vem me acompanhando e indo pra mais adiante.

Certo quanto à diante se vai com isto? Sonhos, vontades, pensamentos... O tempo vai passando e a gente não nota.

Chega um dia que sonhos, apesar de belos, são apenas sonhos. Metas, isso é o que nos põe para frente. É assim que se constrói um castelo, que se faz algo. O destino e a peça chave da história. Ele que te põe para viver o plano A ou B da sua própria história.

O desespero de chegar um dia e pensar "daqui a cinco anos..." me deixa desesperada, e alguns outros bem felizes e esperançosos.

Não quero pensar para 'daqui a muito tempo'. Vou pensar no daqui à pouco, porque tenho que ir em frente com essa história, mas não posso passar por cima de algumas partes.

Pra chegar aos 'daqui a cinco' anos ainda tem tanta coisa pela frente, que nossa! Já to cansada até lá.

quarta-feira, 18 de março de 2009

Sonhado


(pés, Giselle, ato 2)



Finda mais um dia, vou dormir... Dormi tranqüila, tive sonhos bonitos e frescos. Sonhei com dias bonitos, sonhei com amores, sonhei que era uma fada, sonhei, por fim, o meu sonho mais bonito de todos: era eu, uma bailarina.

Neste sonho, que era meu, saltei, dancei, chorei e até pude sentir algumas dores. Chorei, sorrir, dancei, senti, e por diversas vezes aplaudi. No meu sonho, este de bailarina, também havia musica. Musica esta, que se ouvia o sonho todo. hora forte, hora fraca, hora lenta, hora rápida. Mas eu podia senti-la. Sabia que era de uma mesma só.

O sol apontou no leste. Acordei, para meu espanto, descansada! Pensei que levantaria estafada de tanto que dancei em sonho. Demorei alguns segundos para notar duas coisas: primeiro que a dança podia cansar o corpo, mas não minha alma; segundo que aquela música não me saía da cabeça.

Mais um dia correra a galope e como sempre, fui para minhas aulas diárias que, desta vez, se confundiram um tanto com meus sonhos. Pois numa hora podia jurar que cochilara na sala enquanto me aprontava pra aula. Podia jurar para mim, que ouvira a musica dos meus sonhos, cheguei até arrepiar os pelos da nuca por isso, e o que terminou de arrepiar os outros tantos do corpo todo foi dar conta que aquela musica não era só do meu sonho, era também de verdade.

Espichei-me toda, ao ponto de ficar com o pescoço do sonho de qualquer bailarina, conseguia ver pelas brechas, elas ensaiavam uma dança bonita, tão linda que misturada com a música me fez chorar. Chorei de emoção, isso podia ter me assustado, mas de alguma forma eu já esperava isto. Contei os dias para vê-las de fato. Mal me agüentava em mim quando vi tudo pronto, ali, podia sentira cada pelo do meu corpo obedecendo aos comandos do maestro junto com a orquestra.

Aquele som, a dança, a sensação, o sonho. Eu sonhei este sonho, uma, duas, três semanas, vários meses, alguns anos... Dia sim, outras também, semanas seguidas, quando estava cansada, quando dormia por preguiça e até misturados a outros sonhos. Foram anos, acompanhada do sonho e da música. Agora que sabia da onde vinha, as cenas também se confundiam com meu sonho. Vez ou outra, na verdade quase sempre podia dizer que tinha, eu, a certeza de arrepiar-me enquanto ouvia a música no sonho que eu sonhava.

E mais uma vez os acordes, os passos o arrepio, as lágrimas, a cena. A música, os passos, a história, as dores, o suor... E mais um dia que finda, eu deitei a cabeça no travesseiro já esperando o que tinha por vir. Mas me dei conta: o que hoje é real, sonho mais, não tornará a ser. Então continuei a me aconchegar na cama quente e apenas lembrar que o sonho, agora é lembrança concreta! Amém.


P.S: pensei em várias maneiras de agradecer, muitas palavras e elogios, obrigados e tudo mais, porém a única coisa que me saiu da cabeça foi isso. Mas não posso deixar um agradecimento de lado: Obrigada tia Ana rosa! Obrigada por me ensinar a crescer, a lutar, a não desistir, a enxergar que há algo em mim e a acreditar. Não tenho mais palavras pra dizer o quanto como eu me sinto hoje em relação a isto. Se algum dia me perguntassem o que eu diria àquele que ia realizar meus sonhos eu diria: as palavras não cabem, mas os olhos podem me falar.

Luto.


Por diversas vezes criticado, por diversas vezes chacoalhado, por diversas vezes, também, apontando e censurado. Clodovil Hernandes morreu nesta terça-feira 18 de março de 2009 aos 71 anos. Anos estes vividos da forma mais digna que se permitiu. Inteligentíssimo tinha uma ponta sagaz em sua língua afiada que não poupava ninguém.

Podia, ainda, citar mil e uma qualidades e inúmeros defeitos – pois dizia a vovó: só porque morreu virou santo! – mas acho que não é necessário. Todos sabem, ou no mínimo, ouviram falar dessa peça rara. Uma jóia em três lugares que marcou: Moda, comunicação e política. Sem papas na língua Clodovil se foi. Assim, sem quiri-qui-quis e lero-leros. De uma vez, morreu e tchau.

Clodovil fará falta, sua elegância deixou um vácuo que não será preenchido, sua cabeça também, esse cara era uma peça única. Faz falta desde já, pois ao invés de ouvirmos falso sentimentalismo dos parlamentares ouviríamos dele algo assim: A única pena era que ele se vestia bem, tenho que admitir, mas eu não o suportava.

Descanse em paz Clô! :~

terça-feira, 17 de março de 2009

oi, de novo.

Talvez, seja este o destino.
Já é o terceiro, quarto, sei lá qual o número, mas com certeza já passei do segundo blog. Desta vez, foi a minha atenção (ou melhor, a falta dela) que me tirou mais um blog.
Fui editar, que de tanto editar deletei!
Mas, tudo bem, superei mais uma vez.
:~
Bom, tirei proveito disto, claro! De tudo da vida se tira um proveito. Mudei de nome (vingança pessoal para comigo e com o blog hahaha).
No todo, o conteúdo é o mesmo, quem escreve é a mesma pessoa, é tudo igual, igual.
beijos, bem vindos. :)