Patrícia Poeta para o Fantástico: "Zé Merenda, um analfabeto que virou herói!"
Enquanto isso na sociedade dos heróis da humanidade...
- Zé Merenda, nós abriremos uma exceção para você. Afinal de contas você é analfabeto e a sua provável assinatura heróica não condiz com as normas gramaticais; infelizmente em algum lugar do mundo, alguma vez, alguém disse que heróis têm que saber ler e escrever e você não se enquadra, mas vamos ver o que podemos fazer por você, obrigado pela preferência.
(, rs.)
Se ler e escrever fossem pré-requisitos para alguma coisa e, se por acaso, isso significasse que a pessoa vai ser melhor ou pior que fulano... Ora veja só, grandes empresários seriam super-alguma coisa e salvariam o mundo, se por acaso fosse assim, metade de população seria bandido. Fico indignada com essa estupidez social!
O Zé Merenda não precisou saber que existe uma nova ordem ortográfica ou, se quer, da existência de alguma ordem antes, pois para ele ainda é tudo uma desordem de desenhos apelidados de letras. Mas ele sempre soube e sentiu que a fome era um grande problema e esta a falta de ordem desprivilegiou o povo dele, sendo assim, melhor que muita gente alfabetizada, que esta mais preocupada em ter mais dinheiros que os outros correspondentes lingüísticos*, ele pôs a mão na massa e foi atrás de ajudar e colaborar para com os seus próximos.
Como um grande herói, matou a fome, ou pelo menos grande parte dela, nas escolas do sertão. Mas talvez esperássemos que ele assinasse um grande "Z" na porta das escolas que ele alimenta.
Quem ele ajuda não se preocupa se ele sabe que Zé de José é com 'Z' ou 'S' o que importa é saber que ele sempre ajuda e faz de coração, senão de coração, mas muito consciente da necessidade. E o que importa é o que ele faz, Zé é um herói e ele ta pouco se lixando se a tranqüilidade que as crianças sentem sem a fome se escreve com ou sem o trema.
Viva o seu herói JoSé Merenda!
* Muitas pessoas são radicalmente a favor da Nova ordem ortográfica, pois com a unificação e modificações na lingua portuguesa o Brasil vai vender livros para países que só Portugual dominava a venda por motivo das variáveis do portugês brasileiro para o português europeu. Ou seja, todo mundo pensando no dinheiro, que nem vai chegar aos se bolsos.