Fico tentando entender o que as pessoas vêm quando me olham
na rua. O que elas entendem quando dão de cara com a minha cara de raiva
natural do dia-a-dia. Ou então quando eu não ligo pro que tá acontecendo e
ponho os fones de ouvido. Mas também quero entender o que eles entendem quando
eu olho quase chorando alguma coisa bem bonita.
No final das contas eu não me importo com nada disso. Eu
pouco me lixo pro que vão pensar. Só fico especulando mentalmente tentando de
alguma forma me ver de fora pra dentro. Já que naturalmente eu me vejo de
dentro para fora. Se me visse, diria que
era no mínimo enjoada. Não que eu esteja errada. Mas é o que eu vejo de dentro
para fora também. A única coisa que vai fazer diferença são os motivos.
Inverdades tomam lugar das verdades como capa de
autoproteção. Vira e mexe os tiros saem pela culatra, mas não que isso afete
muito. Às vezes até gosto. E eu me
pergunto quantos de vocês se camuflam de inverdades para ser mais aceitos?
De auto em auto, transformo autodefesa em auto sabotagem,
sutilmente. A timidez que era o problema se transforma em segurança e no final
das contas, arrogância.
O mais legal é quando isso vai além de mim. Quantas vezes as
pessoas vestem capas para ser mais ou menos notadas em qualquer lugar. Eu, pelo
menos, faço isso.
Atualmente eu tenho feito um trabalho duro e complicado com
os problemas. Tipo criança quando não quer falar com os amigos dos pais que são
empurradas até o meio da sala e fazem alguma gracinha. Exponho todas as capas e
faço delas um motivo de piada ou drama. Não que elas deixem de faz. Tenho menos
inverdades do que vocês podem imaginar.
Agora a única coisa que eu não me importo nenhum pouco é o
quanto gostam ou deixam de gostar de tudo isso. Mas vou continuar me divertindo
testando todos vocês com as minhas atitudes diárias e criando histórias na
minha cabeça. Pelo menos assim, andar no sol quente fica menos chato.