Vamos lá! Eu prometi, não pra ninguém mais, só pra mim, que
eu pararia de escrever coisas pessoais. Mas quem sou eu pra parar com isto né? Nada
mais pessoal que a minha própria visão de mundo. Mas agora eu não estou aqui
pra filosofar sobre isto. Vou falar de amor.
Não, não estou apaixonada. Longe disso, esse ano eu resolvi
não me apegar a ninguém, porque eu acho que o meu coração está cheio demais. Ok!
Nele cabem “trocentas” pessoas, mas a minha cabeça não trabalha isto. E eu vou ver
se consigo fazê-la sair na frente do coração este ano - embora ele já tenha
feito uma grande cagada. Sem mais
divagações, o amor.
Quando a gente ama é claro que a gente cuida as
pessoas nem liga muito pro que tem em volta, né? Inúmeras vezes eu já falei
sobre o quanto eu gosto das pessoas e elas nem sabem disso. E o quanto eu faria
por elas e, principalmente, o quanto eu me magoo com facilidade. Sou uma boboca
mesmo e escuto isto todos os dias da minha própria mãe. O histórico de mágoas
amorosas é grande se estende desde a terceira série quando as minhas “amiguinhas”
não deixaram ser a “Spice” que eu queria, pois a outra fez birra. Eu tive que
me pintar de marrom e cachear o meu cabelo (quem me conhece sabe a barra que é
fazer isto!), passando por um ataque de fofoca de uma amiga num grupinho de amigas que me
rendeu uma tarde e uma noite chorando .
Foi quando eu senti o quanto dói ficar magoado. E o quanto
isto é pior que a raiva. Nem a minha primeira decepção amorosa (que veio anos
mais tarde) machucou mais que isso. Talvez já tivesse me blindado. Sim,
blindado. Criei armas e durante um bom tempo imaturo eu resolvi que não seria
mais besta. Foi um dia marcante! Eu me senti um pouco Scarlett
O' Hara em “O vento levou”, cena que ela tá com a terra nas mãos e diz que
nunca mais há de faltar comida. Essas coisas de viradas “brutais”
nos filmes. Magoei um monte e no final
das contas eu fiquei bem mal sendo uma pessoa fria e cobrinha. Confesso que foi
a época que eu consegui ter mais gente por perto sem precisas fazer esforços. Pois
bem que um belo dia eu conheço pessoas que seriam meus irmãos pra vida toda...
Até hoje. É, pois é, até hoje só. Talvez tenha acabado o prazo de irmandade.
Foram anos de amizade. Não vou generalizar ok.
E nem dizer que eu vou deixar de ser amiga. Mas com certeza eu levei um “puta”
baque, hoje.
As coisas acontecem na vida e tu esperas que, pelo menos, estejamos
adultos e maduros o suficiente, no melhor dos 22 anos, pra falar as coisas
abertamente. O problema é, voltando à problemática do amor, o amor te põe uma
venda e tu não vês as coisas perfeitamente. Isso não acontece só com os
namorados, não. Acontece também com pai, mãe, filhos, amigos e todo mundo.
Quantas vezes eu já fiquei triste e magoada porque meu melhor amigo foi
frio comigo por mensagem na internet, ou celular mal falava duas ou três
palavras e o resto era “tá, beleza, depois a gente se fala”. Não vou julgar por
ele ser “superocupado” e
estudar engenharia e ter uma namorada (que eu apresentei, por acaso, quando nos
éramos amigos inseparáveis.). Custa muito, por acaso, dar atenção aos amigos?
O que a gente não entende é que o amor
não é autossuficiente. Amor precisa ser cuidado, tipo um jardim. Senão vira
tudo grama, cheio de erva daninha com um nome, simples que tem consequências torturantes:
indiferença. Mas antes disso tudo acontecer vem: raiva, mágoa, tristeza e tudo
que a gente já conhece.
Acho que outra pessoa falaria para mim que a vida é assim mesmo. E se
eu não sei que ele era assim, e eu tenho a cabeça aberta, mas ele é mais
careta. (duas pessoas falariam isto pra mim: a minha mãe e a mãe da marina).
Não sei bem, tenho certeza que essa minha falta de filtro deixou o meu
amigo chateado à beça, mas a falta de atenção da parte dele me magoa faz muito
tempo.
Um comentário:
Não fui criada em uma redoma de vidro, assim como a tua mãe, na verdade levei muita porrada da vida, e costumo dizer, que se eu tive que enfrentar o preconceito dos meus próprios pais quando me assumi gay, posso enfrentar qualquer coisa na vida. Já me fudi tanto por causa de amor (você sabe muito bem disso), que acabei criando formas de me manter amortecida. Mas cá para nós, até essas desilusões servem para o nosso crescimento. O amor não é autosuficiente, na verdade nada é autosuficiente, nem nós mesmos somos para a gente. É nessas horas, que a melhor coisa é dar a cara a tapa e arriscar.
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