quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

descarregando.


Vamos lá! Eu prometi, não pra ninguém mais, só pra mim, que eu pararia de escrever coisas pessoais. Mas quem sou eu pra parar com isto né? Nada mais pessoal que a minha própria visão de mundo. Mas agora eu não estou aqui pra filosofar sobre isto. Vou falar de amor.
Não, não estou apaixonada. Longe disso, esse ano eu resolvi não me apegar a ninguém, porque eu acho que o meu coração está cheio demais. Ok! Nele cabem “trocentas” pessoas, mas a minha cabeça não trabalha isto. E eu vou ver se consigo fazê-la sair na frente do coração este ano - embora ele já tenha feito uma grande cagada.  Sem mais divagações, o amor.
Quando a gente ama é claro que a gente cuida as pessoas nem liga muito pro que tem em volta, né? Inúmeras vezes eu já falei sobre o quanto eu gosto das pessoas e elas nem sabem disso. E o quanto eu faria por elas e, principalmente, o quanto eu me magoo com facilidade. Sou uma boboca mesmo e escuto isto todos os dias da minha própria mãe. O histórico de mágoas amorosas é grande se estende desde a terceira série quando as minhas “amiguinhas” não deixaram ser a “Spice” que eu queria, pois a outra fez birra. Eu tive que me pintar de marrom e cachear o meu cabelo (quem me conhece sabe a barra que é fazer isto!), passando por um ataque de fofoca  de uma amiga num grupinho de amigas que me rendeu uma tarde e uma noite chorando .
Foi quando eu senti o quanto dói ficar magoado. E o quanto isto é pior que a raiva. Nem a minha primeira decepção amorosa (que veio anos mais tarde) machucou mais que isso. Talvez já tivesse me blindado. Sim, blindado. Criei armas e durante um bom tempo imaturo eu resolvi que não seria mais besta. Foi um dia marcante! Eu me senti um pouco Scarlett O' Hara em “O vento levou”, cena que ela tá com a terra nas mãos e diz que nunca mais há de faltar comida. Essas coisas de viradas “brutais” nos filmes.  Magoei um monte e no final das contas eu fiquei bem mal sendo uma pessoa fria e cobrinha. Confesso que foi a época que eu consegui ter mais gente por perto sem precisas fazer esforços. Pois bem que um belo dia eu conheço pessoas que seriam meus irmãos pra vida toda... Até hoje. É, pois é, até hoje só. Talvez tenha acabado o prazo de irmandade. Foram anos de amizade. Não vou generalizar ok.  E nem dizer que eu vou deixar de ser amiga. Mas com certeza eu levei um “puta” baque, hoje.  
As coisas acontecem na vida e tu esperas que, pelo menos, estejamos adultos e maduros o suficiente, no melhor dos 22 anos, pra falar as coisas abertamente. O problema é, voltando à problemática do amor, o amor te põe uma venda e tu não vês as coisas perfeitamente. Isso não acontece só com os namorados, não. Acontece também com pai, mãe, filhos, amigos e todo mundo.
Quantas vezes eu já fiquei triste e magoada porque meu melhor amigo foi frio comigo por mensagem na internet, ou celular mal falava duas ou três palavras e o resto era “tá, beleza, depois a gente se fala”. Não vou julgar por ele ser “superocupado” e estudar engenharia e ter uma namorada (que eu apresentei, por acaso, quando nos éramos amigos inseparáveis.). Custa muito, por acaso, dar atenção aos amigos?
O que a gente não entende é que o amor não é autossuficiente. Amor precisa ser cuidado, tipo um jardim. Senão vira tudo grama, cheio de erva daninha com um nome, simples que tem consequências torturantes: indiferença. Mas antes disso tudo acontecer vem: raiva, mágoa, tristeza e tudo que a gente já conhece.  
Acho que outra pessoa falaria para mim que a vida é assim mesmo. E se eu não sei que ele era assim, e eu tenho a cabeça aberta, mas ele é mais careta. (duas pessoas falariam isto pra mim: a minha mãe e a mãe da marina).
Não sei bem, tenho certeza que essa minha falta de filtro deixou o meu amigo chateado à beça, mas a falta de atenção da parte dele me magoa faz muito tempo.

Um comentário:

Rê Caraih disse...

Não fui criada em uma redoma de vidro, assim como a tua mãe, na verdade levei muita porrada da vida, e costumo dizer, que se eu tive que enfrentar o preconceito dos meus próprios pais quando me assumi gay, posso enfrentar qualquer coisa na vida. Já me fudi tanto por causa de amor (você sabe muito bem disso), que acabei criando formas de me manter amortecida. Mas cá para nós, até essas desilusões servem para o nosso crescimento. O amor não é autosuficiente, na verdade nada é autosuficiente, nem nós mesmos somos para a gente. É nessas horas, que a melhor coisa é dar a cara a tapa e arriscar.