(pés, Giselle, ato 2)
Finda mais um dia, vou dormir... Dormi tranqüila, tive sonhos bonitos e frescos. Sonhei com dias bonitos, sonhei com amores, sonhei que era uma fada, sonhei, por fim, o meu sonho mais bonito de todos: era eu, uma bailarina.
Neste sonho, que era meu, saltei, dancei, chorei e até pude sentir algumas dores. Chorei, sorrir, dancei, senti, e por diversas vezes aplaudi. No meu sonho, este de bailarina, também havia musica. Musica esta, que se ouvia o sonho todo. hora forte, hora fraca, hora lenta, hora rápida. Mas eu podia senti-la. Sabia que era de uma mesma só.
O sol apontou no leste. Acordei, para meu espanto, descansada! Pensei que levantaria estafada de tanto que dancei em sonho. Demorei alguns segundos para notar duas coisas: primeiro que a dança podia cansar o corpo, mas não minha alma; segundo que aquela música não me saía da cabeça.
Mais um dia correra a galope e como sempre, fui para minhas aulas diárias que, desta vez, se confundiram um tanto com meus sonhos. Pois numa hora podia jurar que cochilara na sala enquanto me aprontava pra aula. Podia jurar para mim, que ouvira a musica dos meus sonhos, cheguei até arrepiar os pelos da nuca por isso, e o que terminou de arrepiar os outros tantos do corpo todo foi dar conta que aquela musica não era só do meu sonho, era também de verdade.
Espichei-me toda, ao ponto de ficar com o pescoço do sonho de qualquer bailarina, conseguia ver pelas brechas, elas ensaiavam uma dança bonita, tão linda que misturada com a música me fez chorar. Chorei de emoção, isso podia ter me assustado, mas de alguma forma eu já esperava isto. Contei os dias para vê-las de fato. Mal me agüentava em mim quando vi tudo pronto, ali, podia sentira cada pelo do meu corpo obedecendo aos comandos do maestro junto com a orquestra.
Aquele som, a dança, a sensação, o sonho. Eu sonhei este sonho, uma, duas, três semanas, vários meses, alguns anos... Dia sim, outras também, semanas seguidas, quando estava cansada, quando dormia por preguiça e até misturados a outros sonhos. Foram anos, acompanhada do sonho e da música. Agora que sabia da onde vinha, as cenas também se confundiam com meu sonho. Vez ou outra, na verdade quase sempre podia dizer que tinha, eu, a certeza de arrepiar-me enquanto ouvia a música no sonho que eu sonhava.
E mais uma vez os acordes, os passos o arrepio, as lágrimas, a cena. A música, os passos, a história, as dores, o suor... E mais um dia que finda, eu deitei a cabeça no travesseiro já esperando o que tinha por vir. Mas me dei conta: o que hoje é real, sonho mais, não tornará a ser. Então continuei a me aconchegar na cama quente e apenas lembrar que o sonho, agora é lembrança concreta! Amém.
P.S: pensei em várias maneiras de agradecer, muitas palavras e elogios, obrigados e tudo mais, porém a única coisa que me saiu da cabeça foi isso. Mas não posso deixar um agradecimento de lado: Obrigada tia Ana rosa! Obrigada por me ensinar a crescer, a lutar, a não desistir, a enxergar que há algo em mim e a acreditar. Não tenho mais palavras pra dizer o quanto como eu me sinto hoje em relação a isto. Se algum dia me perguntassem o que eu diria àquele que ia realizar meus sonhos eu diria: as palavras não cabem, mas os olhos podem me falar.
Um comentário:
eu jurava que era a Tia Ana Rosa com o Vitor ehoeiheoiheoiehei.
Muito bom o texto minha filha.
isso é tudo TAINÁ ....
:*
Postar um comentário