quinta-feira, 29 de abril de 2010
texto 1
Do cheiro, do gosto, do tato
Até ontem tudo ainda era o quadro
Quadrado, pintura, estático
Hoje, hoje tomou vida.
Vida tem cheiro, cor, movimento.
Algum sentido. Sentimento.
Cheiro de corpo, suor e cigarro
Cheiro de gente... Da gente.
Hoje eu lembrei como se fosse agora.
Sem pedir...
O toque veio entrando pela pele.
Na lembrança.
O cheiro invadiu o meu nariz.
Na memória.
O sentimento pulsando dentro de mim.
Como se fosse agora.
E hoje eu lembrei, mas pude ate sentir
E cada dia mais perto do real do passado que foi.
Mas ainda dá pra sentir...
sábado, 24 de abril de 2010
Plano B.
Não é desistir, e mudar de foco. Pelo menos, é assim que eu chamo. Talvez para alguns seja desisti, mas no meu mundo desistir é algo bem diferente. Pois bem.
Desistiu aquele que olhou para o espelho e disse: Eu não posso. Fracasso, desanimado. Desistir é triste, dói, magoa, traumatiza... Não é um bom sentimento. Te deixa pela metade, sem rumo, sem vontades... Vazio. Abrir a mão e deixar o vento levar, chorar. Tudo fica feio, chato, sem sal.
Para aqueles que mudam de foco. Primeiro que para mudar de foco, sempre há um segundo plano. Outra opção, um caminho alternativo. Mudar de foco é revigorante, e emocionante te deixa entusiasmado. É uma pequena dose de dopamina no corpo e sem esquecer que também vem com aquela adrenalina de algo um tanto quanto novo. Mudar de foco entusiasma, é feliz. Bem diferente de desistir.
Quando se abre mão de alguma coisa por outra não é jogar para o alto, anos de caminhada pra nada. Apenas guardou numa gaveta da memória um tempo bom. Se você desisti... Já é bem diferente.
E não desisti, só mudei de foco. Consciente, feliz e tranqüila.
Texto pro Caio
quinta-feira, 8 de abril de 2010
Difícil...
Você tem um sonho? Um sonho bonito que te faz acordar todos os dias; que te dá orgulho de dizer 'é isso sou eu'; que te inspira... Você tem um? Dever ter, eu sei que têm, todos tem (ou pelo menos deveriam ter). Pois bem, eu tenho um sonho. Já era de se imaginar. Um sonho bonito, bonito mesmo. Não é uma coisa que vem desde a minha infância colorida e serelepe. É uma coisa mais forte que veio quando eu já entendia o que era querer alguma coisa. Talvez um pouco tarde, um pouco fora de hora. Mas eu tinha que correr atrás. Mas o que de fato acontece quando a gente começa a correr atrás do que se quer por vezes a gente vai por caminhos errados; entra na porta errada, desvia o caminho. Mas uma hora... Ah, uma hora a gente a certa o caminho. Mas o difícil é lidar com o fato de esta hora já ser um pouco tarde pra quem perdeu a hora de começar. Mas isso nem importa mais, perdeu a hora? A gente corre mais um pouco. É o de menos...
Dançar é lindo, lindo demais. Você se 'solta' põe para fora o sentimento que a musica transmite pelo seu corpo. Conta uma história através de movimentos é arte, arte do corpo, do sentimento da força e leveza. É lindo, lindo, lindo, lindo... OU NÃO!
Porque é lindo quando se tem as linhas prontas pra isso; é lindo quando você nasceu pra ser bailarina; é lindo quando a cobrança da perfeição não ultrapassa a arte. Só assim é lindo, se não for assim... É feio, é triste. é um mundo feroz, qualquer coisa fora do lugar te põe pra trás, te devora como um cardume de piranhas ferozes.
Mas lembram... É o meu sonho, eu não desisti nenhuma vez até hoje, não é agora que eu vou deixar passar. E essa frase foi dita mil vezes da minha boca por diversos motivos repetitivos. Mas que eu de teimosa caio sempre e sempre no mesmo erro. O que me faz ter a sensação de ver todos correr a maratona enquanto eu me mato numa esteira ergométrica. Tentando alcançar a chegada, mas sem me mover um centímetro do meu lugar. Os sonhos podem virar pesadelos... E o meu, o meu ta assim agora. Não fui tocada pela fada da dança quando eu nasci não... Mesmo, não nasci para ser bailarina... Eu talvez apenas mais uma vez correndo atrás daquilo que não é pra mim. E deixando de lado aquilo que me faz bem. Mas o meu sonho, embora não muito antigo, é O MEU SONHO e não sou obrigada a desistir dele. E não importa quem fale. Por mais difícil que seja eu continuo. Não por outros, mas por mim. Pra me satisfazer e dizer: Pronto, consegui!
Não gosto muito de falar de mim, mas hoje tava doendo demais.
domingo, 4 de abril de 2010
Pergunta.
Por que parece fácil?
Parece fácil porque quando a gente vai pra rua quer deixar tudo pra trás. Porque quer tudo mais fácil, não quer ser desagradável. Não, não quer. Ninguém quer ser desagradável, ninguém escolhe isso. Quer chegar na rua e sorrir, sorrir e deixar os problemas tá no comecinho. Quer fazer todo mundo sorrir sem se preocupar com nada. E quando faz isso torna bem mais fácil, o que parece difícil. Embora seja só por um momento, todos sabem... Sempre parece mais fácil. Guardar tudo de chato numa sacola opaca e sorrir na frente de todo mundo na rua e fazer de conta que os problemas só são dos outros. Por isso parece fácil. Por faces divertidas em frente as outras. Sim... Parece fácil. Porque todos sorriem com você e estão ao seu lado e ouvindo tudo o que você tem a dizer. Porque todos estampam sorrisos carimbados nas ruas todos os dias e se diz "não, não sou obrigado". Porque tudo parece agradável. Porque sorrimos na rua, parece fácil.
Por que É difícil?
É difícil porque embora você vá para as ruas sorrir com os outros, só você sabe o quanto ta doendo dentro. Por que embora te digam "vem, eu te escuto o que há com você?" no final todos sabem que não são obrigados. E no fundo todo mundo sabe que é chato não estar bem. Porque é mais fácil ficar com tudo certo do que ser um estorvo problemático. Porque todos, absolutamente todos tem alguma coisa guardada naquela sacola opaca e não quer mostrar pra ninguém. Talvez com um medo se for um desagradável e fazer as coisas escaparem pelas mãos. Porque quando se quer agradar e for agradável, a gente põe os nossos problemas para trás e encara tudo sorrindo com um aperto no coração. Porque guarda tudo do lado de dentro de casa e, não importa como esteja lá fora, a gente nunca quer parecer um problema e sim uma multidão de pessoas felizes. E principalmente é difícil, porque não superamos as coisas, apenas queremos fazê-las parecerem mais fáceis.