domingo, 25 de outubro de 2009
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
Por medo.
Eu andei pensando. Pensei e entendi que a questão é mais egoísta do que eu podia imaginar. Não é pelos outros, é mais por ti. Por medo. Medo de te trair. Sim, meu bem, única e exclusivamente por ti, de ti, a ti e mais ninguém.
O que me deixa triste é saber que uma pessoa pode transforma o que já foi (entende, já foi) tão bonito em algo tão podre, tão triste...
O grande problema disto é afetar os outros. De tão egoísta que se torna a situação acaba respingando um pouco nos outros. Se não fosse tão assim a ponto de pensar no que pode acontecer com tantos medos enxergaria alem do umbigo.
Eu sei, eu sei, eu sei.
E não me venha dizer que a questão é utópica. Pois não, não é. E a clara visão do medo. Medo de poder ser feliz novamente. Medo de por algum motivo superar o passado. De viver o presente. De viver a própria vida e deixar o que passou no passado. Na memória.
É duvidar da capacidade de outra pessoa ser especial. E duvidar é vangloriar uma única pessoa como se não pudesse haver ninguém tão bom quanto.
É covardia, meu bem. É típico. Covardes se escondem dos seus medos, fogem, ou de alguma forma se matem longe dele.
Não sou a representação da coragem, mas já lutei contra um medo ou outro... E até que me dei bem.
E tu... Tu tens tantos medos que já tem medos dos teus medos. Medo de superar. E de tanto temer acaba por cair profundamente nos teus medos. Como uma armadilha.
Só queria meu bem, que você soubesse o quanto eu quero que supere os teus medos. Do jeito que eu supero. Pois eu vou tu superar, como superei outros. Enquanto tu ficarás ai estagnado num tempo parado e sem volta. Tropeçando em quinhentos sem nem dar a chance de ninguém provar o quanto é especial também. Por medo, por covardia... Egoísmo de achar que é melhor, é mais digno para fazer valer o que passou ficar assim semi-feliz tentando de alguma forma refletir um pouco do que foi no agora. Procurando em tudo um reflexo do que passou.
Como procurar o seu reflexo num espelho sem aço.
Meu bem, só quero que superes. E entenda, ainda vou ter uma boa mão para um cafuné e um bom abraço pra te dar.
Dê-se essa chance, nos dê uma chance. O mais digno que você pode fazer pelo passado é ser feliz no presente.
Imagino-me sentada e bêbada olhando a cena de felicidade alheia. Com um cigarro quase queimando os dedos. De rosto quase lavado, embora a maquiagem borrada nos olhos, de tanto que choro. Enterrada e travada numa mágoa, profunda e intensa, de te ver e não comigo. Decadente sozinha. Imaginei.
Bobagem, bobagem, bobagem... Já passou.
quarta-feira, 21 de outubro de 2009
Óculos colorido
Hoje saí pelas ruas de uma cidade diferente. Ela parecia mais colorida. Nem me irritei ao passar por dois bêbados cantadores. Talvez tenha os ignorado por estar ouvindo outra música.
Certa hora tinha que me segurar um pouco para não parecer uma louca saltitante. Ria um pouco sozinha, já aprecia suficientemente louca. Mas pouco me lixava. Bonito e feliz de fato, não digo perfeito. Isso não existe, mas eu gostei assim mesmo. Podia reclamar, mas com um sorriso no rosto.
Não estava tão fresco quanto queria, mas eu não ligava pra isso também.
Mas o que me deixava feliz era saber que eu estava no controle de novo. Sem medos e receios e travamentos. Tudo certo.
Embora soubesse que depois... Ah, quer saber, depois é depois.
Quando cheguei a casa tirei os óculos. Notei... Notei que nem tava tão bonito assim. Nem era culpa dos óculos. Só eu que estava livre, só que agora eu podia ver melhor. Sem barreiras nem nada.
terça-feira, 20 de outubro de 2009
Relógio.
Eram uma e alguma coisa, já estava esperando.
Normal como sempre, olhava pelas janelas de todos os quartos. Ouvi meu nome, longe, bem longe. Saí correndo com palpitações. Cheguei à sala em segundos, ou menos, quase cuspindo os pulmões. Mas nem era nada, era só a TV falando mais do que devia.
Voltei para qualquer um dos postos de espera. Esperei, esperei, esperei e mais uma vez, esperei. Dormi, acordei, comecei a ficar com raiva. Já passavam das três e nada.
Voltei, sentei no meio do nada. Pensando em nada. Calada. Vi uma gota no chão... Até olhei para cima, numa tentativa de enganar-me. Podia ser uma goteira, me divertia. Mas a única coisa que pingava era eu que vazava a raiva pelos olhos.
Mais um pouco podia nadar na minha raiva, na minha mágoa.
Voltei a esperar, respirei e esperei. Esperando e tanto que nem lembrava mais o que esperar.
Voltei a sentar e olhei desta vez, no espelho. Ainda vazava raiva molhada pelos olhos. Não era raiva de segundos ou terceiros. Era minha só. Apenas, mais ninguém. Raiva de ter me rendido, de jamais ter aprendido a jogar, de sempre cair nas armadilhas, minhas próprias armadilhas.
Já passavam exatamente vinte e quatro, das cinco. Já chega, enxuguei lágrimas, raivas e mágoas. Corri para o banheiro, tomei um banho, um bem gelado.
Estava cansada, mas revigorada. Não ia mais esperar. Vou fazer-me este favor de sumir... Sumir um pouco só. Como semi-invisível. Não quero pessoas. Só quero a mim.
Chega de esperas. E de vazar raiva pelos olhos. Pois eu prefiro bastante cuspir felicidade pela boca.
segunda-feira, 19 de outubro de 2009
Então... Se for assim, me prometa algumas coisas.
Não é bem um acordo é apenas um bom entendimento. Então prometa que não vai falar de mim. Apenas, daqui para frente esquecer. Passar uma borracha. Se for falar do passado pra outros, como falavas pra mim, apenas pule. Pode lembrar, mas pule a minha parte. Não quero fazer parte de lembranças de outros.
Se for ser feliz, por favor, longe de mim. Ainda quero a sua dor, aqui agora. Se alguém for feliz primeiro... que seja eu.
Não me pergunte se eu to bem. Não, não hoje.
domingo, 18 de outubro de 2009
quinta-feira, 15 de outubro de 2009
Dieta de pães
Então, já era rotina nas minhas retinas. Coisas simples acontecem assim. O que ontem não era hoje é. Não comia pães, agora os como de monte. Sempre assim... Rotina nas retinas. Costumes acostumados.
Não sei bem o que pode acontecer no dia que parar de comer pães. Não vou cair em tentações de substituí-los por doces, seria covardia minha. Super covardia minha.
Vou deixar os pães de lado, posso me acostumar. Não os comia antes, porque agora não consigo me imaginar sem os tais.
Lembro que antes dos pães apenas comia aquelas coisas, mas agora como aquelas coisas e pães. E como comia pães.
Mas agora dei um tempo com pães. No começo foi difícil. Só de imaginar isto já me dava calafrios e dores no estômago. Tonturas e eu até perdia o eixo.
Ai, hoje, acabou o pão. Não fui comprar mais. Até olhei para o outro lado da rua pra, pensei em atravessar. Mas lembrei que antes passava tempos sem pão. Não fui; não comprei. Achei estranho na hora, demorei alguns minutos pra por a cabeça no lugar.
Fiquei uma hora, uma noite, um dia. Surpreendi-me quando cheguei ao final de um dia sem pães. A cada hora me lembrava de pães e o quanto gostava de comê-los.
Fui deixando de lado, me ocupei um dia e passei horas sem lembrar de pães.
Não era mais meu costume, não comia mais pão. Não por agora. Perguntaram-me se trocava os pães por alguma coisa pra não ficar tão sem nada.
Daí eu disse que não, pois antes não havia nada e não há porque fazer isso agora.
Se eu sinto falta do pão? Agora sim, depois? Não sei.
Se eu trocarei pães por doces? Não, não... Não sei, quem sabe. Talvez me acostume com doces... Lembro-me de ter visto um pão doce. Um meio termo que tal?
Mas não, não sei de muita coisa agora. Só sei que não estou comendo pães. Não agora. Vou me desacostumar. Fazer outra rotina, outros costumes.
Um dia quem sabe volte para os pães, ou doces, ou pães mesmo, ou qualquer outra coisa.
quinta-feira, 8 de outubro de 2009
Enfim.
E eu acho absurdo ter o bom na memória e ter de fechar os olhos, para então assim, sorrir. É absurdo não ter o que tenho, ou tinha, nos braços, nas mãos... Apenas e somente na memória. Sorrisos de fotos, vozes distantes, lembranças, somente.
Como é absurdo tudo isso, prefiro que absolutamente verdade fosse. Não que não tenham sido um dia, mas verdades passadas tornam-se apenas histórias.
Historias são historias, se distorcem, esquece e somem. Viram contos de um tempo que vai ficando cada dia mais longe.
Não quero longe, quero perto, quero agora.
Quero apenas abrir os olhos e sorrir assim como sorria nas lembranças.
sexta-feira, 2 de outubro de 2009
Agonia.
O que te irrita? Um espinho ou uma espinha?
Como uma flor que é bonita, bonita e quando tentas, por fim, senti-la ela te tira o sangue pele a fora.
O que te incomoda?
Um elefante, uma pedra, ou uma falta de meios para não ter controle?
Como saber e deixar, apenas, o barco correr.
O que te irrita, o que te incomoda, o que te faz coçar o corpo de agonia?
O que te deixa sem palavras... Como falar, ou não, tudo o que se quer. O que te deixa para quase arrancar os cabelos.
Como quere inverno no verão e chuva no deserto.
Ou metáforas de uma manhã preguiçosa que, por, mas poéticas que sejam te irritam por serem metáforas e não falarem nada e nada ter para falar.
E irrita, vestido que cai. tomara que caia, caia, caia... caindo e sobe. cai e assim. não para. isso te incomoda? Pois devia, ele insiste em cair.
Sem palavras.