domingo, 5 de abril de 2009

Comprei um livro velho, usado, surrado, manchado. De certo, estava a muito, guardado em uma estante, num armário. Ou quem sabe, estava na mesa de cabeceira servindo de porta tudo – pois é claro que há uma marca de copo na contra capa que circula exatamente as palavras 'com seu humor (...) biografia (...) em tiro pela culatra. E mostra'.

Não sei por que cargas d'água já não o havia comprado antes, mas sempre fui simpática a este livro. Mas agora, entendo... Senti como se adotasse uma criança de um abrigo, tão triste sem pai nem mãe. Perguntei-me por que alguém abandonaria um livro, assim, para ser vendido. Mas não encontrei a resposta...

Ainda pouco estava folheando-o, suas páginas amarelas – e eu que nunca pensei que um dia teria um livro com páginas amareladas – e pensei: quantas mãos já não passaram por ai? Confesso que em certa hora deu-me um nojo do pobre coitado, pois não sei o estado das mãos que passaram por ele, mas darei um jeito nisso. Posso eu, usar uma luva pra não ler fazendo caretas.

Tenho certeza, hoje o que mais me chama para esse livro não é o seu conteúdo, as sua história. Meu novo livro velho, ou meu velho livro novo.

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