A cantada?
Hoje Malu só queria mesmo sair e se divertir, sem cantadas, sem pudor, sem um monte de coisa que ela, apesar de acostumada, não achava muito divertido. Ligou para todas as amigas, aquelas de todas as horas, festas e conversas. Não sabiam muito bem o que fariam hoje, uma quinta-feira daquelas. Depois de muito tempo Malu sugeriu a única coisa que poderiam fazer fora de casa em que elas, principalmente a ela, não correriam tantos riscos de serem atacada ferozmente por machos insaciáveis (ok, sem bilhetinhos, chagadas e afins.): karaokê!
Malu e suas três amigas foram como sempre muito bem vestidas, o que era de se esperar. O engraçado era que, não era o fato de Malu ser mais bonita que as outras, pois todas pareciam da mesma safra de beleza. Mas havia na Malu alguma coisa a mais, talvez ela tivesse mergulhado em algum tipo de poção, ou tenha sido feita com um pouco mais de amor, não sei explicar. Só sei que perto da Malu o resto ficava meio sem cor.
Elas apenas queriam sair beber e cantar. Cantar era umas das coisas mais divertidas pra Malu. Onde ela encontrava uma coisa que ela sabia que não agradaria a todos, certeza. Beberam umas e muitas, e Malu já ia cantar pela terceira vez. Subiu ao pequeno palco do bar, escolheu aquela música, "Escrito nas estrelas" (sim, aquela com vários agudos da Tetê Espíndola). Malu, já estava ficando desajeitada, um pouco descabelada, mas continuava um charme. Ela saiba que cantar essa música, a esta altura, era um suicídio social, seria uma cena bizarra. Mas era isso mesmo que ela queria, achava divertidíssimo.
Antes que a música começasse de fato, Malu olhou pro lado e viu um carinha engraçado que mais parecia ter saído de um filme dos anos 50, todo arrumadinho. Ele ficava na sessão de vinhos, sabia tudo sobre isto. A música começou, Malu soltou as primeiras palavras, quem não sabia o que estava acontecendo podia jurar que ela pretendia destruir o mundo com a voz.
Embora desafinada Malu, já ouviu vários elogios galanteadores no local. Quando terminou a musica desta vez, porém, ouviu uma risada abafada vindo da direção dos vinhos.
- Qual o problema? – ela perguntou como, de brincadeira, desafia.
- Ah, nenhum. É que, você... Você canta muito mal. – Pietro notou imediatamente que talvez tivesse falado demais. Como num soluço engatou logo: Desculpa.
Malu passou alguns segundos olhando aquela figurinha, até então insignificante e sincera, no local e de alguma forma ele a cativara e agradeceu:
- Obrigada.
- Como? É que de qualquer forma, você é tão bonita, mas tem uma voz insuportável. Eu fiquei um pouco chocado. – ele disse ainda tímido ajeitando os óculos e alguns copos que quase derrubara antes.
Eles riram juntos.
3 comentários:
Ah, tô amando essa história, haha!
Pietro é dos meus, sincero.
Espero pela continuação ansiosamente.
Beijo.
Quem sabe, a Malu não tenha se surpreendido com a sinceridade dele? Afinal, a sinceridade hoje é coisa tão rara no ser humano. Mas vamos aguardar o desenrolar da história.
Dá uma passadinha lá que tem bolo.
Beijos,
Furtado.
bom é quando situações sem fingimento algum unem as pessoas né, rsrs, bacana
bons dias
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